O ditador cubano Fidel Castro criticou com veemência a “campanha colossal de mentiras”, que a mídia ocidental tinha desencadeado contra a Líbia. Atacou também nada menos do que à comunidade mundial que “ficou emaranhada” nesta situação.

Fidel Castro fez esta declaração num dos seus artigos da série “Reflexões”, publicado pela mídia cubana. “Vai passar algum tempo antes que seja possível compreender o que se deu realmente na Líbia e separar os fatos reais dos falsos, que estão sendo divulgados”, - escreve Castro no seu artigo intitulado “Guerra inevitável da OTAN”.

Na opinião de Fidel Castor, o imperialismo e a OTAN, seriamente preocupados com a onda de revoluções que está avassalando o mundo árabe, responsável por uma grande parte do petróleo que apóia a economia consumidora dos países mais evoluídos e ricos, não podiam deixar de aproveitar o conflito interno, que tinha eclodido na Líbia, a fim de exortar a realizar uma intervenção militar.

“As declarações, feitas logo nos primeiros instantes pela administração dos EUA, foram bastante categóricas neste plano, - prossegue ele. – Quanto à intervenção militar, a secretária de Estado utiliza na sua declaração termos que não deixam a menor margem de duvida” (“Não se exclui nenhuma variante”).

Castro aponta na ocasião que apesar da torrente de mentiras e da confusão que tinha surgido, os EUA não conseguiram impelir a Rússia e a China a aprovar no Conselho de Segurança a resolução que permite a intervenção militar na Líbia.

O líder líbio Muammar Kaddafi declarou a 2 de março que a resolução do Conselho de Segurança, que condena as autoridades líbias, foi aprovada sem a respectiva verificação dos fatos, na base de “informações totalmente falsas” de agências noticiosas. Kadafi exortou os líbios a analisarem detalhadamente, eles próprios, os eventos que tinham acarretado a morte de pessoas.

As ações de protesto nas províncias líbias, cujos participantes exigem a demissão de Kadafi, que governa já há 42 anos, continuam a partir do dia 15 de fevereiro. segundo os dados à disposição das organizações internacionais, as autoridades oprimem cruelmente as manifestações. De acordo com diversos dados, nos recontros com as forças de segurança e mercenários estrangeiros já pereceram cerca de 6 mil pessoas. Os Estados estrangeiros cuidam de evacuar todos os seus cidadãos da Líbia.