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Artigos: Brasil
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Domingo, 14 de Marzo de 2010 11:29

Por YOANI SÁNCHEZ

Contar o que nos dói, escrever sobre aquilo que carpimos, tocado e sofrido, transcende a experiência jornalística para converter-se num testemunho de vida. Há um abismo de distância entre as crônicas sobre um homem em greve de fome e o ato de apalpar-lhe as costelas que sobressaem das costas. Daí que nenhuma entrevista possa reproduzir os olhos chorosos de Clara - a esposa de Guillermo Fariñas - enquanto conta para a filha de ambos que o pai está doente do estômago e por isso enfraquece a cada dia. Nem sequer uma grande reportagem conseguiria descrever o pânico induzido pela câmera que - a cem metros da casa deste vilarejo - observa e filma os que se acercam do número 615 A da rua Alemán.

Acumular parágrafos, compilar citações e mostrar gravações não chega a transmitir os odores do Corpo de Guarda para onde transladaram Fariñas ontem. Torna-se insuportável para mim a culpa de haver chegado tarde para pedir que voltasse a comer, persuadir-lhe para evitar que sua saúde sofresse um dano irreversível. Durante a viagem pela rodovia alinhavei algumas frases para convence-lo a não chegar até o final, porém antes de entrar na cidade um SMS me confirmou sua hospitalização. Ia lhe dizer “Já o conseguiste, ajudas-te a tirar as máscara deles” e ao invés disso tive que pronunciar palavras de consolo para a família, sentar-me, na sua ausência, naquela sala do bairro humilde de La Chirusa.

Porque nos trouxeram até este ponto? Como puderam fechar todos os caminhos do diálogo, do debate, da sã dissenção e da crítica necessária? Quando num país acontecem estes tipos de protesto de estômagos vazios, há que se perguntar se aos cidadãos foi deixada outra via para exibirem seu inconformismo. Fariñas sabe que jamais lhe darão um minuto na rádio, que seu critério não será levado em conta em nenhuma reunião do parlamento e que sua voz não poderá levantar-se, sem penalização, numa praça pública. Negar-se a ingerir alimentos foi a forma que encontrou para mostrar o desespero de viver sob um sistema que constituiu a mordaça e a máscara em suas “conquistas” mais completas.

Coco não pode morrer. Porque na grande procissão funerária onde caminha Orlando Zapata Tamayo, nossa voz e a soberania cidadã faz pouco foram assassinadas…já não cabe mais um morto.

Traduzido por Humberto Sisley de Souza Neto

Última actualización el Sábado, 20 de Marzo de 2010 10:56
 
Nosso homem em Havana (e um cadáver) PDF Imprimir E-mail
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Domingo, 14 de Marzo de 2010 11:42

Por SÉRGIO MALBERGIER

A última viagem de Lula presidente a Cuba não poderia ter sido mais expressiva de como a nossa política externa perdeu a coerência mínima para dar ao seu discurso alguma credibilidade.

Neófitos no grande jogo internacional ao qual o Brasil ascendeu graças à sua força econômica e a sua estabilidade política, não por causa deste ou daquele governo, nossos diplomatas e governantes parecem ingênuos, ideológicos, ordinariamente partidários, assumidamente cínicos, desastradamente voluntaristas, permanentemente contraditórios. Muito longe da imagem de profissionalismo tão cultivada pelo Itamaraty.

Lula chegou a Havana horas depois da morte do dissidente cubano Orlando Zapata Tamayo, que não resistiu a 85 dias de greve de fome na prisão.

O companheiro Zapata, pedreiro negro de 42 anos detido em 2003 e condenado várias vezes por "desacato" e "desordem pública", cumpria pena acumulada de 36 anos quando morreu, segundo a Anistia Internacional.

Zapata era um dos 55 "prisioneiros de consciência" de Cuba acompanhados pela Anistia, que pediu a libertação de todos eles em resposta à morte do dissidente.

Enquanto isso, Lula aparecia, em clima festivo, ao lado do ex-ditador Fidel Castro e do atual, seu irmão Raúl Castro, apesar do cadáver fresco do pedreiro Zapata.

Raúl teve a cara dura de culpar os EUA pela morte de Zapata, que fazia greve de fome contra as péssimas condições carcerárias da ilha.

Ele só foi superado pelo insuperável Marco Aurélio Garcia, assessor de Lula para política externa. "Há problemas de direitos humanos no mundo inteiro", minimizou ele.

Fico imaginando o que, por exemplo, Dilma Rousseff pensaria se, na época em que esteve presa pela ditadura, visse o presidente de uma importante democracia dar apoio ao general Emílio Garrastazu Médici.

O anacrônico regime cubano é insustentável. O atual governo brasileiro só prolonga o sofrimento da ilha ao apoiar cegamente a ditadura dos irmãos Castro e reverenciar um moribundo Fidel como guru espiritual.

"Respeitamos e amamos o povo brasileiro, mas o governo Lula não deu nenhuma palavra de solidariedade para com os direitos humanos em Cuba. Tem sido um verdadeiro cúmplice da violação dos direitos humanos em Cuba", disse o proeminente líder dissidente cubano Oswaldo Payá sobre a visita.

Sentimento parecido terão os oposicionistas detidos no Irã, alguns no corredor da morte, quando Lula visitar o país em maio.

O próximo grande disparate de nossa política externa já tem data e lugar para acontecer.


Sérgio Malbergier é editor do caderno Dinheiro da Folha de S. Paulo. Foi editor do caderno Mundo (2000-2004), correspondente em Londres (1994) e enviado especial a países como Iraque, Israel e Venezuela, entre outros. Dirigiu dois curta-metragens, "A Árvore" (1986) e "Carô no Inferno" (1987). Escreve para a Folha Online às quintas.

Última actualización el Domingo, 14 de Marzo de 2010 11:47
 
CASA DE CRISTAL PDF Imprimir E-mail
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Domingo, 14 de Marzo de 2010 11:26

Por YOANI SÁNCHEZ

Junto da telenovela brasileira, os documentários pirateados do Discovery Channel e a chatíssima mesa redonda, coexiste uma modalidade de reportagens televisivas seguidora da saga “Big Brother”. Em nossa pequena tela assistimos cidadãos filamdos por câmeras ocultas e vemos a divulgação das mensagens contidas em suas caixas de correio eletrônico, sem que para isso tenha havido a ordem de um juiz. Como se vivêssemos numa casa de cristal inspecionada pelo severo olho do estado, até a própria empresa telefônica grava as conversas de seus clientes e as transmite para onze milhões de telespectadores atônitos.

A última modalidade desta dissecção pública é induzir médicos a falarem, violando a privacidade do falado numa consulta - fato tão grave como o do sacerdote que revela os segredos da confissão - dos pormenores de um caso médico. Saem fotos do interior das casas e dos refrigeradores de quem tenha ousado contrariar a opinião oficial, enquanto o paparazzi e o policial político se fundem num só personagem muito próximo ao do voyer. Não me causaria estranheza que em algum dossiê - esperando por vir à luz - apareça o corpo nú de um inconformado, como se estar desnudo fosse a prova irrefutável de sua “maldade”.

Imagens tiradas de contexto, frases editadas e ângulos desfavoráveis para gerar aversão na opinião pública, são algumas das técnicas com que se constroem estes informes televisivos. Em nenhum deles se entrevista a “vítima”, pois assim evitam que a audiência pública comprove que divide com ela as opiniões críticas. Para má sorte dos grosseiros produtores deste tipo de reality show, a tecnologia em mãos cidadãs começou a tornar transparentes também as paredes de suas vidas. Depois de havermos sido observados longamente, agora comprovamos que há um buraco para olhar o outro lado da cerca.

Traduzido por Humberto Sisley de Souza Neto

Última actualización el Domingo, 14 de Marzo de 2010 11:28
 
A decepcionante visita de Lula PDF Imprimir E-mail
Escrito por Fuente indicada en la materia   
Lunes, 08 de Marzo de 2010 00:46

Por MARIO VARGAS LLOSA

Minha capacidade de indignação política atenua-se um pouco nos meses do ano que passo na Europa. Suponho que a razão disso seja o fato de que, lá, vivo em países democráticos nos quais, independentemente dos problemas de que padecem, há uma ampla margem de liberdade para a crítica, e a imprensa, os partidos, as instituições e os indivíduos costumam protestar de maneira íntegra e com estardalhaço quando ocorrem episódios ultrajantes e desprezíveis, principalmente no campo político.

Entretanto, na América Latina, onde costumo passar de três a quatro meses ao ano, esta capacidade de indignação volta sempre, com a fúria da minha juventude, e me faz viver sempre temeroso, alerta, desassossegado, esperando (e perguntando-me de onde virá desta vez) o fato execrável que, provavelmente, passará despercebido para a maioria, ou merecerá o beneplácito ou a indiferença geral.

Na semana passada, experimentei mais uma vez esta sensação de asco e de ira, ao ver o risonho presidente Lula do Brasil abraçando carinhosamente Fidel e Raúl Castro, no mesmo momento em que os esbirros da ditadura cubana perseguiam os dissidentes e os sepultavam nos calabouços para impedir que assistissem ao enterro de Orlando Zapata Tamayo, o pedreiro pacifista da oposição, de 42 anos, pertencente ao Grupo dos 75, que os algozes castristas deixaram morrer de inanição - depois de submetê-lo em vida a confinamento, torturas e condená-lo com pretextos a mais de 30 anos de cárcere - depois de 85 dias de greve de fome.

Qualquer pessoa que não tenha perdido a decência e tenha um mínimo de informação sobre o que acontece em Cuba espera do regime castrista que aja como sempre fez. Há uma absoluta coerência entre a condição de ditadura totalitária de Cuba e uma política terrorista de perseguição a toda forma de dissidência e de crítica, a violação sistemática dos mais elementares direitos humanos, de falsos processos para sepultar os opositores em prisões imundas e submetê-los a vexames até enlouquecê-los, matá-los ou impeli-los ao suicídio. Os irmãos Castro exercem há 51 anos esta política, e somente os idiotas poderiam esperar deles um comportamento diferente.

DESCARAMENTO

Mas de Luiz Inácio Lula da Silva, governante eleito em eleições legítimas, presidente constitucional de um país democrático como o Brasil, seria de esperar, pelo menos, uma atitude um pouco mais digna e coerente com a cultura democrática que teoricamente ele representa, e não o descaramento indecente de exibir-se, risonho e cúmplice, com os assassinos virtuais de um dissidente democrático, legitimando com sua presença e seu proceder a caçada de opositores desencadeada pelo regime no mesmo instante em que ele era fotografado abraçando os algozes de Zapata.

O presidente Lula sabia perfeitamente o que estava fazendo. Antes de viajar para Cuba, 50 dissidentes lhe haviam pedido uma audiência durante sua estadia em Havana para que intercedesse perante as autoridades da ilha pela libertação dos presos políticos martirizados, como Zapata, nos calabouços cubanos. Ele se negou a ambas as coisas.

Não os recebeu nem defendeu sua causa em suas duas visitas anteriores à ilha, cujo regime liberticida sempre elogiou sem o menor eufemismo.

Além disso, este comportamento do presidente brasileiro caracterizou todo o seu mandato. Há anos que, em sua política exterior, ele desmente de maneira sistemática sua política interna, na qual respeita as regras do estado de direito, e, em matéria econômica, em vez das receitas marxistas que propunha quando era sindicalista e candidato - dirigismo econômico, estatizações, repúdio dos investimentos estrangeiros, etc. -, promove uma economia de mercado e da livre iniciativa como qualquer estadista social-democrata europeu.

Mas, quando se trata do exterior, o presidente Lula se despe de suas vestimentas democráticas e abraça o comandante Chávez, Evo Morales, o comandante Ortega, ou seja, com a escória da América Latina, e não tem o menor escrúpulo em abrir as portas diplomáticas e econômicas do Brasil aos sátrapas teocráticos integristas do Irã.

O que significa esta duplicidade? Que Lula nunca mudou de verdade? Que é um simples mascarado, capaz de todas as piruetas ideológicas, um político medíocre sem espinha dorsal cívica e moral? Segundo alguns, os desígnios geopolíticos para o Brasil do presidente Lula estão acima de questiúnculas como Cuba, ou a Coreia do Norte, uma das ditaduras onde se cometem as piores violações dos direitos humanos e onde há mais presos políticos.

O importante para ele são coisas mais transcendentes como o Porto de Mariel, que o Brasil está financiando com US$ 300 milhões, ou a próxima construção pela Petrobrás de uma fábrica de lubrificantes em Havana. Diante de realizações deste porte, o que poderia importar ao "estadista" brasileiro que um pedreiro cubano qualquer, e ainda por cima negro e pobre, morresse de fome clamando por ninharias como a liberdade? Na verdade, tudo isto significa, infelizmente, que Lula é um típico mandatário "democrático" latino-americano.

Quase todos eles são do mesmo feitio, e quase todos, uns mais, outros menos, embora - quando não têm mais remédio - praticam a democracia no seio dos seus próprios países, mas, no exterior, não têm nenhuma vergonha, como Lula, em cortejar ditadores e demagogos, porque acham, coitados, que desta maneira os tapinhas amistosos lhes proporcionarão uma credencial de "progressistas" que os livrará de greves, revoluções e de campanhas internacionais acusando-os de violar os direitos humanos.

Como lembra o analista peruano Fernando Rospigliosi, em um artigo admirável: "Enquanto Zapata morria lentamente, os presidentes da América Latina - entre eles o algoz cubano - reuniam-se no México para criar uma organização (mais uma!) regional. Nem uma palavra saiu dali para exigir a liberdade ou um melhor tratamento para os mais de 200 presos políticos cubanos." O único que se atreveu a protestar - um justo entre os fariseus - foi o presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera.

De modo que a cara de qualquer um destes chefes de Estado poderia substituir a de Luiz Inácio Lula da Silva, abraçando os irmãos Castro, na foto que me revoltou o estômago ao ver os jornais da manhã.

Estas caras não representam a liberdade, a limpeza moral, o civismo, a legalidade e a coerência na América Latina. Estes valores estão encarnados em pessoas como Orlando Zapata Tamayo, nas Damas de Branco, Oswaldo Payá, Elizardo Sánchez, a blogueira Yoani Sánchez, e em outros cubanos e cubanas que, sem se deixarem intimidar pelas pressões, as agressões e humilhações cotidianas de que são vítimas, continuam enfrentando a tirania castrista. E se encarnam ainda, em primeiro lugar, nas centenas de prisioneiros políticos e, sobretudo, no jornalista independente Guillermo Fariñas, que, enquanto escrevo este artigo, há oito dias está em greve de fome em Cuba para protestar pela morte de Zapata e exigir a libertação dos presos políticos.

O curioso e terrível paradoxo é que no interior de um dos mais desumanos e cruéis regimes que o continente conheceu se encontrem hoje os mais dignos e respeitáveis políticos da América Latina.

Última actualización el Lunes, 08 de Marzo de 2010 00:51
 
No corredor dos condenados a ficarem PDF Imprimir E-mail
Escrito por Fuente indicada en la materia   
Viernes, 05 de Marzo de 2010 20:40

Por YONAI SÁNCHEZ

A senhora levanta o selo e o aproxima da folha para finalmente colocá-lo ao lado sem haver impresso tua permissão de saida. “Você não está autorizada a viajar”- te diz - e todos no escritório escutam a frase que te condena à ficar reclusa nesta Ilha. Nas outras mesas os solicitantes olham os pés para evitar que teus ohos cruzem com os deles buscando solidariedade. Os militares que passam te perscrutam de cima em baixo com a reprovação de quem pensa “algo deve ter feito, para que não a deixem sair”.

Até o último minuto pensaste que na melhor hipótese os arquivos do Ministério do Interior não estariam tão organizados e teu histórico de inconformidades não sairia reluzindo. Frequentemente especulavas que uma secretaria iria por uma pizza justamente no momento em que revisava teu processo e as fisgadas de seu estômago a fariam colocá-lo - a toda velocidade - no montãozinho dos aprovados. Bem sabes sobre que efeito o queijo derretido e o molho de tomate podem causar num burocrata que olha seu relógio as tres da tarde.

Contudo, a opção da negligência estatal não funcionou desta vez. Detectaram teu caso desde que apresentaste os primeiros planos para uma viagem ao Sul. Algum chefe com graduação de tenente-coronel haverá sorrido ao ver que finalmente estavas em suas mãos. Depois de acreditares que podias atuar como um homem livre, dizendo tuas opiniões a viva voz e publicando artigos sem pseudônimo, havias chegado ao ponto onde te fariam sentir todos os muros, todas as grades e todos os cadeados.

Não tens antecedentes criminais, jamais fostes condenada por um tribunal e teus delitos mais frequentes consistem em comprar queijo ou leite no mercado negro. Não obstante acabas de comprovar que continuas purgando teu castigo. Tua sentença é ficares atras das trancas deste arquipélago, reclusa por essa franja de mar que alguns ingênuos consideram uma ponte e não o fosso instransponivel que realmente é. Ninguem vai deixarte sair, porque és uma reclusa com um número pregado nas costas, ainda que creias que levas a blusa que tiraste do armário esta manhã. Estás no calabouço dos “peregrinos imóveis”, na cela dos obrigados a permanecer.

Pela janela uma voz te recrimina por não te haver calado, fingido um pouco…levado a máscara para poder viajar. Não poderás ver a luz até que o cárcere venha abaixo!

Traduzido por Humberto Sisley de Souza Neto

 
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