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Miércoles, 12 de Junio de 2013 20:29 |
Por: Armando Fernandes.- Há alguns anos publiquei no agora fugidio “Cardo” um artigo onde estranhava o fascínio inspirado por Fidel Castro, dada a natureza do regime por ele instaurado – um universo totalitário picante e suado – de acordo com o clima da ilha. O artigo suscitou uma imediata resposta por parte de um fiscal ortodoxo do politicamente correcto, isto é: o barbudo Comandante só merecia elogios, hossanas e louvores, sendo no mínimo um acto sinistro criticar o regime cubano. Repliquei e o actor-encenador-ortodoxo-adepto do ditador viu-se obrigado a ensaiar uma resposta insípida, insossa e inodora. O meu artigo radicava no facto de terem sido presos em Cuba diversos dissidentes, e de ter tido o grato prazer de por um acaso ver de perto em Londres o autor do extraordinário livro “Três Tristes Tigres”, Guillermo Cabrera Infante ali exilado, apenas devido a permitir-se questionar a política anti-democrática de Fidel. Olhei-o longamente, era uma figura alentada, usava óculos redondos muito graduados, comprávamos charutos. Fiquei fascinado pela sua aparição, comentei para quem estava ao meu lado a importância deste tremendo escritor, paguei os charutos e desandei dizendo para comigo mesmo – nunca mais vais ter o prazer de o ver. Em compensação releio os seus livros, em particular “Mea Cuba” testemunho do seu acrisolado amor à Pátria, e desassombrado documento a revelar as torpezas da clique castrista, especialmente a de lastro intelectual. Entretanto Cabrera Infante morreu sem voltar a contemplar a sua querida Cuba apenas por preferir a heterodoxia à vulgata fidelista, e o ditador adoeceu sendo obrigado a resignar no irmão à boa maneira das monarquias absolutistas. Só que o irmão ou por astúcia, ou por perceber os sinais dos tempos abriu uma nesga do postigo das liberdades permitindo aos cubanos comprarem coisas tão prosaicas como micro-ondas, discos e banais produtos considerados como acessíveis às pessoas de todas condições. Repito: de todas as condições. O general Raul Castro já chegou ao ponto de autorizar os cubanos a viajarem para o estrangeiro, desmentindo desta forma os arautos da propaganda pró-Castro. Sem qualquer espécie de surpresa os ditos cujos refugiaram-se no silêncio, seria insultuoso dizerem desconhecer tão triste realidade, pois os tempos são bem diferentes da época em que o Ocidente tomou conhecimento preciso, profundo e oficial dos crimes de Estaline, revelados no conhecido “Relatório Secreto de Nikita Kruchtchev, enchendo de vergonha intelectuais fingidores e amantes daquele regime totalitário. Ao trazer à colação esta evidência – boa evidência – diga-se em abono da verdade da nova vida cubana, não estou animado por nenhum sentimento de revanche, limito-me a lembrar os factos na esperança de suscitar nova resposta do actor-encenador ou de outros emprenhados adeptos de Fidel. Nós não temos a possibilidade de adivinhar o futuro, no entanto, fazendo uma previsão é bem possível estarem os cubanos a caminho de uma democracia plena pela mão de Raul Castro, evitando-se desta forma um banho de sangue ou de violência quando se desse a derrocada do regime como aconteceu na Roménia. Todos sabemos dos crimes perpetrados por Che Guevara, sabemos igualmente da existência de milhares de cubanos fugidos para Miami, roídos por pulsões vingativas e retaliadoras. O viver em Cuba nunca foi um jardim das delícias, não devemos esquecer o nefando sargento Batista – morreu tranquilamente no exílio madeirense – nem o modo como os americanos tratavam e entendiam os cubanos, por essas razões e porque todos os povos têm direito ao seu quinhão de felicidade, desejo aos habaneros um caminhar caminhando – António Machado dixit – na senda da liberdade e aos carcereiros do pensamento um “mea” culpa. É pedir muito?
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Yoani Sánchez em Feira de Santana, ou “4 pernas bom, 2 pernas mau!” |
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Miércoles, 12 de Junio de 2013 12:18 |
Por Rafael Falcão.-
Foi com alguma surpresa que recebi, ontem mesmo pela manhã, a notícia de que a famosa blogueira e dissidente cubana Yoani Sánchez iria participar de uma exibição do documentário Conexão Cuba-Honduras, do cineasta baiano Dado Galvão, com a presença de autoridades locais e também do Senador Suplicy. Fiquei bastante feliz com o fato de uma personalidade bem conhecida visitar essa terra tão fora do circuito principal que é Feira de Santana, portanto decidi conhecer de perto essa pessoa amada por uns e odiada por outros. Pessoalmente, não conheço a obra da cubana, decidi ir ouvir o que ela iria falar, ficar a par das histórias e relatos dessa mulher que causa tanto alvoroço.
Pois bem, o evento estava marcado para as 19 horas, mas cheguei às 18:30, de modo a escolher lugar. Estava até vazio no início. Ao passar da hora, mais gente ia chegando, inclusive os primeiros manifestante, umas pessoas com camisas que tinham estampadas os rostos de 5 cubanos que foram presos pelos EUA por espionagem; também haviam dizeres pedindo a liberdade deles, ou algo do tipo, não parei para observar com atenção. Deram-me dois folhetinhos com centenas de acusações à figura da blogueira cubana, tais como ela ser financiada pela CIA, uma agente infiltrada, uma traidora, que afinal em Cuba havia liberdade de expressão, sim, pois ela tinha um blog no ar e uma conta no Twitter. Não tive paciência de ler metade daquilo — impressão, aliás, feita a cores e bem editada, não era algo feito às pressas ou amadora.
O horário foi passando, era cerca de 19:30, mais e mais pessoas chegando com cartazes, camisas de partidos de esquerda, mas nada de Yoani. Não me recordo exatamente o horário, mas devia ser quase 20h quando comecei a ouvir gritos de protesto, cantigas e movimentação de gente. Alarme falso, não era a cubana ainda, não faço ideia do motivo daquela comoção. A imprensa filmava tudo. O barulho e a movimentação se intensificavam a qualquer movimento da guarda civil, responsável por fazer a segurança. Não deviam ser mais que 10 deles; os manifestantes já eram mais de 80% do auditório, que estava bastante cheio. Começaram a recolher as cadeiras. Será que afinal Yoani não viria?
Dirigi-me a um senhor muito simpático que segurava um cartaz de protesto, perguntei-lhe se haviam cancelado a exibição do filme. Ele não sabia. Perguntei se aquele pessoal fazendo barulho iria deixar que a cubana falasse, pois tinha graves receios de que não. O senho por sua vez garantiu-me que era um protesto pacífico. Outro, ao lado, disse-me que, como ela era cubana, iria deixar; se fosse americana, não. Começaram a falar do famigerado embargo dos EUA a Cuba, mas eu disse-lhes que não tinha mais que algumas semanas que eu tinha comprado um belo Romeo y Julieta, que a UE e o Canadá são os maiores parceiros comerciais de Cuba, que só os EUA mesmo que respeitavam o embargo. Uma senhora idosa havia entrado na conversa, com aquele discurso doutrinário de que eu nunca tinha ido para lá, que somente indo é que se poderia falar do local. Disse-lhe que já havia lido em vários jornais e sites sobre a situação da ilha. Com tom de voz irônico, um dos senhores perguntou: “E de onde são esses jornais?”. Devolvi-lhe a pergunta: “Então somente os jornais do governo é que são confiáveis?”. A velha paranoia de que o mundo todo está contra eles. Desconversaram e fizeram menção de seguir para outro lado, com direito a uma outra senhora dizer que eu só queria criar caso, que não levassem a sério. A senhora idosa ficava à minha beira, conversando alto, dando indiretas, dizendo que eu queria saber mais que todo mundo ali, mencionando minha provável condição social e coisas do tipo. Talvez por reparar que eu não estava dando a mínima, começou a usar de insultos, referindo que odiava gente branca, que nenhum branco presta etc. Ri-me sozinho e continuei distraído com meu telefone.
Finalmente os convidados haviam chegado. O primeiro foi o Senador Eduardo Suplicy, que também teve sua cota de cartazes com insultos, de traidor para baixo. Quando a cubana chegou, a horda furiosa avançou com gritos de “traíra”, “vendida”, dentre outros adjetivos pouco encantadores, e cantinhos que mais pareciam de torcida organizada. Pelo menos não partiram para a agressão. Foi preciso fazer um desvio por uma sala ao lado a fim de que os ânimos se acalmassem e fosse possível que a cubana se pronunciasse. É, nada de filme para ninguém, mas pelo menos ali estavam Yoani e Supla.
O senador veio à mesa, já cercada e ocupada pelos manifestantes, que, tais como as famosas ovelhas de A revolução dos bichos, não deixavam ninguém se pronunciar, mas, ao invés de “4 pernas bom, 2 pernas mau!”, entoavam cânticos de “viva Fidel”, “viva Cuba”. Sem pulinhos, mas alguns ensaiaram coreografias de dança. Finalmente, um que parecia ser dos líder de alguma organização pediu à horda que se controlasse, que deixassem que a blogueira fosse à mesa falar, pois ela deveria ser ouvida e debatida com respeito.
Não sei se eu seria capaz de enfrentar aquelas pessoas gritando feito loucas, mas Yoani resolveu dar as caras e finalmente sentou-se à mesa, obviamente sob vaia enorme e uma enxurrada de insultos. Trouxeram as cadeiras de volta. Começou o senador a fazer seu discurso, que durou por cerca de 15 minutos, onde estabeleceu, juntamente com um auto-proclamado moderador, o tal líder de uma organização, que poderiam fazer 3 perguntas de 3 minutos cada, e Yoani poderia responder cada uma em 10 minutos. O senador falou sobre sua carreira, que, como defensor do socialismo, apoiava a revolução cubana, e rejeitou as acusações de traição; depois alongou-se o possível, para mencionar que deplorava o embargo e que torcia pelo sucesso da revolução, assim como criticou a falta de respeito dos manifestantes que não deixavam que a cubana se expressasse.
Eis que a estrela da noite começou a falar, debaixo inicialmente de muitas vaias. Pena eu não ter conseguido absorver muito do que ela falou, o barulho era intenso e a acústica do prédio muito precária. Mas, em linhas gerais, ela falou da repressão do Estado, da importância das remessas do estrangeiro e mercado do negro para os cubanos conseguirem alimentos básicos, como leite e café.
As perguntas, se é que se pode chamar de perguntas, eram sempre sobre se ela era agente ou se foi financiada pela CIA, como era possível um país com elevados índices de educação e saúde ser assim tão criticado por ela. Confesso que fiquei irritado com o barulho em vários momentos e pedi às pessoas ao meu lado que me deixassem ouvir o que a mulher tinha a dizer. Numa dessas ocasiões, dirigi-me a um senhor que não parava de mandar que ela se calasse, e disse-lhe: “O senhor é um grande democrata. As pessoas aqui podem falar e ela não pode falar?”. Ele respondeu algo como: “Não, ela já falou muita mentira, já chega!”. Repliquei: “É, pelo senhor ela já devia estar numa prisão, recebendo uma bala na nuca, não é?”. O senhor, gesticulando com as mãos: “Isso mesmo, devia levar um tiro de AK47 na cabeça.” Não duvido que realmente ele quisesse isso. Já cansei de ver por aí maníacos planejando assassinatos numa revolução socialista no Brasil. Seria mais um.
O cineasta Dado Galvão falou menos de 5 minutos sobre o documentário que iria exibir; o resto do tempo, usou para responder uma pergunta sobre o financiamento da viagem de Yoani — foram quatro doações de cubanos que moravam no Brasil, nenhuma de qualquer governo ou instituição.
Infelizmente, não pude tirar uma foto com a blogueira, como havia planejado. A horda a circundava e a seu acompanhante, e os guardas faziam muito bem seu papel de afastá-los sem violência. No entanto, pude ter uma breve conversa com o Dado, que me falou do filme e que estava cansado desse disco arranhado dos comunistas, a mesma ladainha desde a década de 70.
Balanço do evento: considero positivo. Yoani respondia serena, sempre com um sorriso no rosto e com a maior desenvoltura, as perguntas e insinuações. Pude também ver ao vivo essa chusma dos radicais de esquerda, que parecem ter vindo diretamente de um livro de Orwell ou Rand.
Tomado de AMÁLGAMA
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Réplicas em Cuba da morte de Chávez |
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Lunes, 03 de Junio de 2013 08:56 |
Por Alfredo Leite.-
Ainda mal os venezuelanos secavam as lágrimas pela morte de Hugo Chávez e já os partidários do defunto presidente e os seus opositores trocavam violentas acusações. No centro da polémica instalou-se a autoproclamação de Nicolás Maduro como sucessor do presidente venezuelano, uma suposta usurpação de poder que a oposição considera inconstitucional já que, sublinham os mais críticos, a cadeira de Chávez deveria ser ocupada no período de transição até às eleições pelo presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.
Acontece que o testamento político de Chávez, levado até Caracas pela presidente argentina, Cristina Kirchner, afasta Cabello da linha de 'sucessão'.
O caso animará a habitualmente truculenta cena política daquele peculiar país sul-americano pelo menos até às eleições. Sufrágio esse que Maduro se apressou a convocar para o dia 14 de abril e no qual será o mais que certo candidato à vitória. Com mais ou menos despique verbal, adivinha-se que os venezuelanos venham a escolher Maduro como sucessor de Chávez, agora elevado à mais alta galeria dos heróis nacionais. O interesse quanto ao desfecho eleitoral de abril está longe, no entanto, de se circunscrever às imensas fronteiras do país de Simón Bolívar.
A mil e quinhentos quilómetros de Caracas há um lugar onde o futuro da Venezuela é acompanhado com particular atenção e compreensível receio: Cuba. Hugo Chávez foi, desde que chegou ao poder, o grande amigo do regime castrista, não o tendo sido apenas por afinidade ideológica com a vizinha ilha socialista das Caraíbas. Chávez foi, sobretudo, um inestimável contribuinte dos paupérrimos cofres públicos cubanos.
O regime de Raúl Castro (como antes o de Fidel) recebe de Caracas perto de 100 mil barris de petróleo a cada dia, pagos por Havana a preços consideravelmente abaixo do praticado no mercado internacional. Um diferencial acumulado em jeito de dívida que transforma a petrolífera estatal venezuelana na credora de qualquer coisa como oito mil milhões de dólares.
Esta ajuda ao regime cubano (e outras menos públicas) foi o balão de oxigénio que permitiu a Cuba compensar a quebra de remessas de dinheiro que Fidel Castro recebeu anos a fio com carimbo de Moscovo até ao colapso da União Soviética. A diferença é que, desde então, o frágil tecido industrial da ilha está ainda mais decrépito, a rede de transportes mais próxima da sucata e a produção agrícola atinge hoje níveis próximos da indigência. O país, outrora um pujante produtor agrícola, importa atualmente cerca de 80 por cento dos alimentos de que a sua população necessita para (sobre)viver.
Ainda que Cuba esteja hoje menos dependente de um só país do que no passado (China e Brasil vão dando sinais de aproximação), a verdade é que Havana está hoje mais impreparada para enfrentar uma suspensão maciça da ajuda externa porque o seu tecido económico está cada vez mais débil.
Neste complexo labirinto de relações internacionais, não é só Havana que está encurralada. Caracas sabe que a suspensão, ou mesmo a desaceleração da ajuda financeira a Cuba, pode apressar as reformas com vista à adoção de uma economia de mercado que Raúl Castro tenta implantar timidamente desde que assumiu o poder. E esse afastamento do socialismo, mais do que isolar Caracas na região, não honraria o legado de fervoroso culto à revolução bolivariana de Chávez.
Tomado de JORNAL DE NOTICIAS
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Yoani Sánchez: a mercenária e o teste do caixote |
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Miércoles, 12 de Junio de 2013 12:16 |
Por Flavio Morgenstern.-
Yoani Sánchez chega ao Brasil sendo tão perseguida quanto é em sua Cuba natal. Não foi o povo brasileiro ou o governo (em sentido original) que promoveram o forrobodó: trata-se de um grupelho partidário defensor da ditadura cubana, muitas vezes pago para espalhar desinformação sobre a ativista.
A expressão “direitos humanos” tem um caráter curioso quando, ao invés de usada pela esquerda, é usada para analisá-la. Cesare Battisti, por exemplo, assassinou pessoas em nome de uma ditadura. É considerado um refugiado, um herói. Yoani Sánchez é perseguida por ser contrária ao regime que mais matou e violou os direitos humanos na América Latina no século XX. É tratada como uma bandida. Ou uma blogueira é tratada como bandida, e um assassino é tratado como escritor – vai do gosto por sangue de cada um.
As manifestações já vinham sendo preparadas pelo eixo de política externa que se torna cada vez mais forte na América Latina, e cujo poder passa a sorrateiramente incluir o Brasil com uma década de governo petista. Conforme denunciou a revista Veja, um dossiê foi preparado pela embaixada cubana e distribuído para peças cabeça que espalhariam difamações sobre a “farsa” Yoani Sánchez.
Os “críticos” de plantão apedrejaram a chamada de capa da revista (a crítica no Brasil dificilmente é feita abrindo algo para ler, e só depois criticando): “A conspiração cubano-petista contra a blogueira Yoani Sánchez”. Aparentemente, trataram como uma paranoia “ultraconservadora de direita” da revista (cujo único “direitismo” é admitir que o mercado funciona e que o Muro de Berlim caiu). Excelente noticia! Pensava-se por aqui que Lula e Fidel fossem amigos, tirassem fotos juntos, que a base de apoio do PT incluísse cubanófilos, que Fidel até tivesse vindo ao Brasil para a posse de Lula. Felizmente, fomos alertados por tais estudiosos que tudo isso foi delírio paranoico da nossa cabeça pequeno-burguesa.
O teste do caixote
Confirmando o prognóstico da revista, Yoani foi recebida sob vaias de militantes partidários da União da Juventude Rebelião, União da Juventude Socialista (UJS) e a Associação José Marti da Bahia já no aeroporto.
Com uma civilidade que raríssimas pessoas teriam, Yoani demonstrou educação e elegância formidáveis, em uma aula de democracia direta no estômago. Ao invés de se acuar diante de pessoas de comportamento (e ideologia) muito próximos do fascismo que tanto criticam, obtemperou fascistas com democracia: “Foi um banho de democracia e pluralidade, estou muito feliz e queria que em meu país pudéssemos expressar opiniões e propostas diferentes com esta liberdade.”
Yoani fez o que essa turma nunca fez e nunca fará: defendeu a liberdade do próximo. Defender a própria liberdade é pleonástico: até Mussolini ou Pol Pot o fizeram. Democrático mesmo é dizer: “É isso aí, você tem o direito de protestar contra mim. E prefiro que esse direito exista do que só eu poder falar.”
É uma situação perigosíssima quando entidades ligadas a um partido (ainda mais num sistema político em que recebem dinheiro do fundo partidário, ou seja, agem assim com dinheiro tomado mesmo de quem não votaria nessas pessoas nem contra o Cramunhão Ele Próprio) impedem que um filme seja exibido, um livro lançado, um blog lido. Foi o que fizeram esses militantes, impedindo a exibição de um documentário sobre a liberdade de expressão em Cuba e Honduras, planejado para ser exibido no Museu Parque do Saber, em Feira de Santana (BA). É inconcebível imaginar que até os caipirões do Tea Party tomem uma atitude parecida. Para tais militantes, já agindo como militares, virou lícito. Foi um dia na história brasileira em que a democracia foi seriamente ameaçada como só se viu na ditadura.
Yoani disse o que esses ideólogos não queriam ouvir (e impedir que quem quisesse ouvir ouvisse): “Vivo numa sociedade onde opinião é traição. Um governo que censura a literatura, grampeia linhas telefônicas. Vejo o conflito entre o governo e o povo.”
É estranho que um governo precise governar contra o povo e ainda ser considerado redentor por pessoas que não viveriam 30 dias como um cubano vive. Apenas considerando que você próprio é “o povo”, e não apenas você próprio em um cargo político, é que se pode dizer que ter alguma opinião livre contra você é “traição”. É o que os Castro fazem, e a mentira é comprada por essa galera impulsiva e violenta: Fidel fez de tudo para se confundir com Cuba. É uma mentira – ser a favor de Cuba é ser contra Fidel. Traição é defender uma ditadura que matou 73 mil pessoas em 50 anos, até hoje sem eleições. Pinochet matou pouco mais da metade. Os milicos brasileiros não passaram muito de 500 pessoas.
Yoani demonstra assim que o Brasil passou (por enquanto) no teste do caixote. É um teste simples que serve para averiguar se um país é livre ou não. Apenas tome um caixote, vá até uma praça pública bem movimentada, suba no caixote e fale mal do governo por 15 minutos. Se você não for preso, o país é livre.
A intelligentsia esquerdista brasileira agiu como os stalinistas que pouco disfarçam que são. Era costume dizer na União Soviética que nos EUA você poderia ir na frente da Casa Branca e gritar “Down with Reagan!” e ninguém te prenderia. Mas os ditadores socialistas mostraram que a população interpretava mal o bem que eles próprios faziam ao mundo, comentando que você também poderia ir na frente do Kremlin e gritar “Down with Reagan!” que também não seria preso.
A própria Yoani notou essa diferença no modo de pensar (e falar abertamente) do brasileiro: “O cubano está com máscara, sempre o amigo está te ouvindo para delatar.” É o que mostra Orlando Figes, em Sussurros: as pessoas presas num regime socialista são obrigadas a sussurrar para poderem falar de política. Numa ditadura com justificativa “social”, sempre se pode acusar o outro de “traição” contra o povo, e, assim, um percentual altíssimo do tal “povo” vai preso. Além de se justificar o fracasso em melhorar a vida do povo (“o país está cheio de espiões, agentes do fascismo e traidores”), ainda é um modo bizarro de subir nos escalões do Estado policial e ter uma vida melhor, tomando os bens de quem foi pego “espionando”.
Esse método de pensar orwelliano é típico dessa camorra. O encontro de Yoani (que, afinal, não teve o documentário exibido) foi seguido por discurso justamente dos fascistóides que a injuriaram (coisa impensável em Cuba, logo após um dos soníferos discursos de Fidel).
Depois de repapagaiar aquela ladainha sobre “avanços sociais” cubanos (os dados são do próprio regime, algo como utilizar a propaganda eleitoral do Maluf para falar do seu sistema de saúde, o PAS, e usar os dados como exemplo de gestão), os militantes dizem que Yoani não faz críticas suficientes contra o bloqueio econômico americano. Estranho: Yoani faz. O tempo todo. Mas essa “dialética” falsa é típica de ditadores contrários ao livre exercício de pensamento, ao cuidado na hora de tirar conclusões de fatos (ao invés de usar ideologias como criadoras de fatos).
Se a ilha tem avanços sociais, parece não precisar se importar com o tal bloqueio, porque é uma maravilha. Se alguém diz que isso é meio falso, então é tudo culpa do bloqueio. Das duas formas, o sistema político atual em Cuba sai ganhando (e Cuba sai perdendo). Está tudo sempre justificado. Cara eu ganho, coroa você perde.
O próprio bloqueio econômico é, em si, uma farsa. Cuba comercia principalmente com a América. E o bloqueio, na verdade, valeria exclusivamente… para a América. Ademais, se o socialismo é necessário para evitar o “imperialismo” que é o comércio livre, por que querem comércio? Ele não é ruim? Ele não é contrarrevolucionário? Ele não é a causa da miséria brasileira? Não deve ser tudo estatal, e as coisas privadas são terríveis? A teoria esquerdista (sua filosofia, sua sociologia, sua psicologia, até sua linguística) não é uma explicação da realidade: é uma busca por desculpas.
A “mercenária”
“Você não consegue comida chinesa para viagem na China, e charutos cubanos são racionados em Cuba. Isso é tudo o que você precisa saber sobre comunismo.” P. J. O’Rourke
A duplicidade de pensamento é séria em Cuba, pois o país é miserável, mas tem subsídios para casas e para apenas o básico da alimentação. Um restaurante pequeno brasileiro tem mais bife do que o consumido em um ano em Havana. Mas o arroz com feijão é fácil de conseguir – e apenas ele.
Uma das faixas mostradas no aeroporto contra Yoani despejava a mesma logorreia que se encontra no aeroporto José Marti: “Segundo a Unicef, existem 146 milhões de crianças subnutridas no mundo. Nenhuma delas é cubana.” É mesmo? De toda forma, parece que obesidade também não é lá um problema muito sério em Cuba, e é preciso ser muito ingênuo (ou muito socialista, o que dá no mesmo) para acreditar que é graças à medicina cubana (mortífera a níveis assustadores). Será que essas pessoas já se perguntaram quantas crianças em regimes de economia realmente livre são subnutridas? Quantas crianças subnutridas são suíças? Australianas? Canadenses? Neo-zelandesas? Sul-coreanas? Monegasca?
Na verdade, quem escreve uma pantomima dessas sabe muito bem que a estatização da economia gera miséria (não é preciso ler a história dos 35 milhões de mortos na União Soviética, do Holodomor ou de como Mao Zedong levou ao abate 75 milhões de pessoas reduzidas a comer cascas de árvore antes de morrerem de fome). Se o próprio Stalin sabia que a economia livre do Estado é melhor, não é Fidel que vi deixar de saber.
Esses politizados querem poder. E, concluindo obviamente que numa economia livre não terão poder sobre outras pessoas (cf. a melhor análise já feita sobre o fenômeno, O Poder, de Bertrand de Jouvenel), precisam pelo menos vender alguma curta vantagem para jurarem que estão fazendo o bem ao ter poder de censura sobre os outros. Daí as migalhas: arroz, feijão e uma pastinha para acompanhar. O filé mignon fica para a elite de poderosos. Nem é preciso ler o melhor relato já feito sobre o famélico desastre econômico vermelho (Socialismo, do melhor economista do mundo, Ludwig von Mises) para perceber. Ou você conhece quem queira implantar a Revolução e, no dia seguinte, voltar a viver como operário, por que não tá nem aí para poder político?
Disso há uma consequência inapelável. É preciso doutrinar os futuros mandados na pobreza. Ninguém aceitaria uma revolução em que você perde o que tinha (e, por isso, é sempre preciso apelar para o terror ou para alguma ideologia insana para fazer revoluções – usualmente, ambos). É preciso enfiar em suas cabeças de que consumir é ruim – ao mesmo tempo em que se promete “tirá-las da pobreza” (ou seja, consumir mais, mas sem usar essa palavra horrorosa).
Isso é feito em plano internacional. Circula na mídia paga a soldo pelo partido no poder no Brasil ilações sobre Yoani. Na reportagem de Veja, comenta-se que o embaixador cubano pretendia difamá-la usando “jornalistas favoráveis ao regime”. Ditaduras têm dessas – “jornalistas favoráveis”.
Salim Lamrani (que vocês já conheceram aqui) afirma que Yoani gasta por mês no Twitter o equivalente a dois anos de salários mínimos cubanos. Ele teve também um ataque de pelancas graças aos prêmios internacionais que Yoani recebeu (ela não poderia receber prêmios em dinheiro?) e o salário que recebe como correspondente do El País, além do Estadão e tantos outros que pagariam muito mais para tê-la entre seus colunistas.
Hummm. Quantos salários mínimos cubanos ganha o sr. Salim Lamrani? O salário mínimo cubano é de cerca de 20 dólares (sic). Uma corrida de táxi em São Paulo dificilmente sai por menos do que o que ganha um cubano. E por que Yoani, hoje figura internacional, não poderia ganhar graças a seus méritos – o que inclui ter simplesmente o blog mais influente da raça humana?
O salário do El País tão choramingado, por exemplo, é de cerca de US$ 6 mil – não uma fortuna, e na verdade não muito mais do que recebe financiado pelo pagador de impostos brasileiro Ricardo Poppi Martins, o subordinado (sim, fala-se do salário do subordinado) do chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que estava em reunião na embaixada para soltar o dossiê contra Yoani. Onde está o dossiê contra Poppi? Será que as famílias dos ativistas de aeroporto ganham muito menos do que um salário do El País, mesmo que não sejam colunistas disputadas por qualquer jornal do mundo contrário a ditaduras?
Yoani, portanto, é considerada “mercenária”. Ora, é claro que Yoani passou a receber bem. Aliás, se eu puder pagar alguma coisa para ela, é só avisar. Pago de bom grado. É isso que se chama economia livre – paga-se para quem se queira, trabalha-se para quem se queira. Até a acusação de “agente da CIA” ganha contornos humorísticos (porém, reveladores do pensamento da esquerda) se a aceitarmos: será que Yoani foi escolhida pela CIA para divulgar informações anti-Castro por, sei lá, seu cabelo? Ou será que peitou um regime que censura a internet e, conseguindo acessar de hotéis onde a internet é livre apenas para turistas (o que exige uma coragem e uma economia brutal antes de se tornar conhecida), ao custo de quase metade do seu salário por meia hora, acabou se tornando conhecida?
Eu acharia que finalmente a CIA gastou o dinheiro do pagador de impostos americano de forma correta depois de uma história de fracassos, se isso for verdade. O que vem primeiro: falar mal de Castro ou receber dinheiro da CIA? Antes passavam décadas até descobrirem agentes da CIA. Hoje qualquer leitor de Paulo Henrique Amorim conhece seus nomes.
Aliás, isso é motivo para xingar Yoani, ou para xingar a imoralidade que os Castro pagam aos cubanos pelo privilégio de morar numa prisão política cercada de tubarões?
A acusação de “mercenária” ultrapassa as raias do risível. Não dá para entender por que ficar em Cuba e enfrentar uma ditadura, pensando no seu povo e na salvação de sua cultura, é ser “mercenário”, mas simplesmente fugir do país e deixar o povo e a cultura às mínguas (como Yoani tem toda a capacidade de fazer) seria menos egoísta.
Claro, para a esquerda, isso é motivo de crítica. Como disse o filósofo Francisco Razzo, se Yoani invadisse uma igreja com as tetas de fora para velhinhas rezando, estaria lutando por liberdade – mas, como só está escrevendo contra o regime dos Castro, faz-se dela apenas uma marionete da CIA e do capitalismo imperialista norte-americano. Ainda vale citar Roberto Rachewsky: o legal é ver que os socialistas temem uma pessoa que deve ter medo de baratas, mas não tem de canalhas.
Nenhuma contradição pode ser melhor do que a explicação final (com fotos no dossiê) dessa galera para a “farsa” Yoani, comprada por 11 em cada 10 de seus críticos mocorongos: “Para o governo de Raúl Castro, fotos comprovariam que Sanchez teria se rendido ao dinheiro porque bebe cerveja, come banana e vai à praia.”
Minha nossa! Que vida luxuosa, essa de agente da CIA. Enquanto isso, nós proletários aqui ferrados sendo explorados sem praia e sem banana, e, pior ainda, sem cerveja Sol.
É, amigos, só mesmo o socialismo para nos salvar dessa agente do imperialismo norte-americano.
Tomado de AMÁLGAMA
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Última actualización el Miércoles, 12 de Junio de 2013 12:21 |
Não se preocupe, embaixador |
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Lunes, 13 de Mayo de 2013 13:17 |
Por Demétrio Magnoli .- A Carlos Zamora Rodríguez, embaixador de Cuba no Brasil: Circulam rumores de que a passagem da blogueira Yoani Sánchez pelo Brasil terá efeitos desastrosos para sua carreira diplomática. Escrevo para acalmá-lo. À luz dos critérios políticos normais, qualquer um dos quatro motivos mencionados como causas possíveis de sua queda seria suficiente para fulminar um diplomata. Contudo, os governos de Cuba e do Brasil não se movem por critérios normais. Comenta-se, em primeiro lugar, que o Planalto solicitaria sua remoção em reação à interferência ilegal da Embaixada nos assuntos internos do país. De fato, é ultrajante reunir militantes do PT e do PCdoB na representação diplomática cubana para distribuir um CD contendo calúnias contra uma cidadã em visita ao Brasil. Mas não se preocupe. Sob Lula, quando prendeu e deportou os pugilistas cubanos que tentavam emigrar, o governo brasileiro violou a Carta Interamericana de Direitos Humanos para atender a um desejo de Havana. Dilma Rousseff só precisa ignorar a violação de leis nacionais para encerrar o “caso Yoani”. Em segundo lugar, corre o rumor de que Havana pretende substituí-lo por razões de incompetência funcional. A causa seria o vazamento para “Veja” das informações sobre a reunião na Embaixada, que contou com a presença de Ricardo Poppi Martins, auxiliar do ministro Gilberto Carvalho — uma notícia depois confirmada pela própria Secretaria Geral da Presidência. Certamente, as agências de inteligência de seu país não apreciaram a condução desastrada da operação, mas duvido que o governo de Raúl Castro desconsidere os fatores atenuantes: a inconveniência representada pela liberdade de imprensa e os “dilemas morais pequeno-burgueses” de militantes de esquerda não submetidos ao centralismo do Partido Comunista Cubano. Um terceiro motivo para seu afastamento residiria nas implicações lógicas das acusações difundidas pela Embaixada contra a blogueira. O CD qualifica Yoani como “mercenária financiada pelo governo dos EUA” para “trabalhar contra o povo cubano”. Afirmar isso, porém, significa dizer que, mesmo dispondo das provas da atuação de uma agente inimiga em seu território, o governo de Cuba optou por não prendê-la e processá-la, colocando em risco a segurança do país. O raciocínio, impecável, destruiria um diplomata de um país democrático, mas não arranhará sua reputação perante o regime dos Castro: o discurso totalitário não almeja a persuasão racional, não se deixa limitar pela regra da consistência interna e não admite o escrutínio da crítica. Afigura-se mais grave a quarta razão que apontam como ameaça à sua carreira. Ao estimular a perseguição movida por hordas de militantes organizados contra Yoani, a Embaixada amplificou a voz e o alcance da mensagem da blogueira, produzindo um efeito contrário ao desejado por Havana. Construído no terreno de um cínico pragmatismo político, o argumento parece irretocável, mas não creio que deveria alarmá-lo. Na perspectiva do regime cubano, as repercussões da visita sobre a opinião pública são o preço a pagar pela afirmação de um princípio inegociável do totalitarismo: os dissidentes nunca estão a salvo da violência real ou simbólica do “ato de repúdio”. O “ato de repúdio” é o equivalente político do estupro de gangue. Na China da Revolução Cultural, onde alcançou o apogeu, a prática chamava-se “assembleia de denúncia”. Segundo o relato de Jung Chang, uma jovem chinesa que testemunhou aqueles tempos, a Universidade de Pequim realizou sua pioneira “assembleia de denúncia” a 18 de junho de 1966, quando o reitor e dezenas de professores sofreram espancamentos e foram obrigados a permanecer ajoelhados durante horas em meio à multidão histérica. “Enfiaram à força em suas cabeças chapéus cônicos de burro, com slogans humilhantes” e “derramaram tinta em seus rostos para deixá-los negros, a cor do mal” (“Cisnes selvagens: três filhas da China”). A matriz chinesa, nós dois sabemos, inspirou a ditadura cubana, cujos “atos de repúdio” excluem a tortura, mas não a violência física moderada, a intimidação direta e uma torrente de insultos. Yoani relata no seu blog o primeiro “ato de repúdio” que assistiu, quando tinha cinco anos (“As pessoas gritavam e levantavam os punhos ao redor da porta de uma vizinha”), e um outro, do qual foi vítima junto com as Damas de Branco (“as hordas da intolerância cuspiram em nós, empurraram e puxaram o cabelo”). No “ato de repúdio”, o “inimigo do povo” deve ser despido de sua condição humana e convertido em joguete da violência coletiva. A agressão física é um corolário último desejável, mas não é um componente necessário do ritual — e, dependendo das circunstâncias políticas, deve ser prudentemente evitada. Estou convicto de que sua embaixada levou isso em conta quando indicou o caminho dos atos contra Yoani. Seu conhecido Breno Altman, um quadro político do PT, defendeu os “atos de repúdio” contra a blogueira em debate televisivo, alegando que “ninguém saiu ferido”. De fato, apenas em Feira de Santana chegaram a empurrar Yoani e a puxar-lhe o cabelo. Na mesma cidade e em São Paulo, gangues de vândalos a insultaram em público, cassaram-lhe o direito à palavra, ameaçaram pessoas que queriam escutá-la, provocaram o cancelamento de eventos literários e cinematográficos. Tudo isso caracteriza constrangimento ilegal, um crime contra as liberdades públicas e individuais. No Brasil, a palavra de Yoani desmoralizou a ditadura cubana. Mas, nessa particular guerra de princípios, sua embaixada venceu: a polícia não interferiu, os “intelectuais de esquerda” silenciaram, a editora que publica Yoani eximiu-se da obrigação de protestar e uma imprensa confusa sobre a linguagem dos valores democráticos qualificou os vândalos como “manifestantes”. Por sua iniciativa, o “ato de repúdio” fincou raízes no meu país. Creio que lhe devem uma medalha. Demétrio Magnoli é sociólogo
(Publicado em O Globo) TEXTO ORIGINAL EM O GLOBO: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?cod_post=487958&ch=n Yoani Sánchez http://info.abril.com.br/noticias/internet/oferecemos-todas-as-condicoes-a-yoani-diz-governo-18022013-48.shl |
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foi pra tão desinterresada que sabia ate os principais parceiros comercias de Cuba e foi bater boca com os manifestantes a da um tempo vai
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