O governo dos Estados Unidos condenou nesta sexta-feira a decisão do Tribunal Supremo de Cuba de ratificar a sentença de 15 anos de prisão imposta em março ao americano que trabalhava para uma empresa terceirizada, Alan Gross, e exigiu que Havana o ponha em liberdade "imediatamente".

A Justiça cubana ratificou sua pena de 15 anos de prisão para Gross, acusado de participar de "planos subversivos" contra a ilha e cujo recurso de apelação ficou desestimado.

"Pedimos ao governo de Cuba que ponha Alan Gross em liberdade, imediatamente, para permitir-lhe que retorne a sua família e ponha assim um ponto final a um longo suplício que começou há mais de um ano", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Tommy Vietor.

Gross, de 62 anos e detido em Cuba em dezembro de 2009 por distribuir material tecnológico a uma comunidade judaica da ilha, trabalhava para a empresa Development Alternatives (DAI), uma subcontratista da Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) dedicada a trabalhos de desenvolvimento em outros países.

Nesse sentido, o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, disse que os Estados Unidos "deploram" a sentença e assegurou que Gross "dedicou sua vida a ajudar as pessoas em mais de 50 países".

"Estava em Cuba para ajudar o povo cubano a conectar-se com o resto do mundo", insistiu Toner.

O Governo de Washington continua preocupado e interessado no bem-estar de Gross, preso há 20 meses, e usará "todas ferramentas diplomáticas disponíveis para pressionar sua imediata libertação", especificou Toner.

Enquanto isso, o advogado de Gross nos Estados Unidos, Peter Kahn, disse estar "extremamente decepcionado com a sentença" e especificou que a família de seu cliente "está destroçada" pela decisão, mas "mantém a esperança que ainda há espaço para uma resolução diplomática deste assunto".