Caracas - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirma que está decidido a chegar até 2031 à frente do processo político que lidera, e garante que sua doença não o fez pensar nem por um só instante em deixar a Presidência, em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal do Governo "Correio do Orinoco".

"Estou resolvido a chegar até 2031", disse Chávez ao mencionar o projeto que traçou desde sua chegada ao poder em 1999 e que pretende completar três décadas no poder, incluindo uma "década de ouro", como ele diz, entre 2020 e 2030.

Com relação à sua doença, declarou que não cogita deixar o controle da Presidência por causa disso.

"Se houvesse razões, o faria. Principalmente se houvesse prejuízos à parte física ou mental; seria o primeiro a querer parar, e de maneira responsável", acrescentou.

"Tenho razões médicas, científicas, humanas, amorosas, políticas para manter-me à frente do Governo e com isso minha candidatura ganha mais força do que antes", disse, em alusão a sua condição de candidato à reeleição no próximo ano, ainda sem data definida.

Chávez retornou à Venezuela no sábado, de surpresa, a partir de Cuba. Ele passou a semana em Cuba fazendo quimioterapia contra um câncer que admitiu publicamente em 30 de junho.

No seu retorno, no aeroporto de Maiquetía, disse que os médicos não haviam detectado células malignas em seu corpo, embora tenha ressaltado que ainda existe risco de uma reativação da doença.

Afirmou que todas as notícias informadas em seu país sobre sua doença "são verdadeiras", mas negou os comentários do ex-secretário adjunto do Departamento de Estado americano Roger Noriega, quem declarou na semana passada que o câncer de Chávez está muito avançado e só tem 50% de probabilidade de viver mais de 18 meses.

Chávez afirmou que seu corpo está "respondendo de maneira extraordinária em todos os sentidos" na recuperação do câncer. O jornal do Governo informou que há detalhes sobre a doença, no entanto, que Chávez se reserva, porque "fazem parte de sua experiência pessoal".

O governante afirmou que vai continuar com o tratamento e deverá seguir "um regime ainda mais restrito" de alimentação e de controles médicos à espera de "novos períodos de quimioterapia".

Adiantou que a comemoração de seu 57º aniversário será realizada no dia 28 de julho com o povo em uma celebração nunca antes vista, embora não revelou detalhes por questões de segurança.

"O golpe da doença despertou em mim ainda mais vontade de viver, de lutar e vencer", assinalou.

As informações são da EFE