É a magia do Carnaval. Enquanto em Cuba falta liberdade de expressão, no Brasil questiona-se a opção de uma escola de samba carnavalizá-la. Que Cuba tem seus problemas e não é apenas um paraíso socialista todos sabemos.

Será que isso dá samba? Com o enredo Cuba Sim! Em Nome da Verdade, de autoria do carnavalesco carioca Jaime Cezário, a União da Ilha da Magia, da Lagoa da Conceição, pretende fazer sua própria revolução no Carnaval de Florianópolis. Conquistar um título já no terceiro ano de escola.

A realidade de Cuba, especialmente alegria do seu povo que adora dança, charuto e rum, será levada para a Passarela do Samba Nego Quirido no desfile da terceira escola na noite de cinco de março. Na quinta-feira à noite, a escola fez ensaio geral no entorno da Praça XV. Enquanto a escolha do tema continua dividindo opiniões, como no Mural do clicrbs, o trabalho no barracão ganha cores e movimento. Carros e alegorias são montados.

A busca por fantasias — quatro das 20 alas estão esgotadas — sinaliza que a comunidade da Lagoa da Conceição aderiu a proposta.

A professora Carmen Lucia Fossari, diretora de Teatro e poetisa, lembra que a Escola de Samba União da Ilha da Magia, nascida de um bloco de Carnaval da Lagoa da Conceição, fez Florianópolis perceber que a agremiação 'veio para somar e oxigenar nosso Carnaval, e por vários motivos':

— Se é verdade que lhe faltam os mágicos personagens das coirmãs Embaixada Copa Lord e Protegidos da Princesa (as mais antigas), ou mesmo da Coloninha e Consulado do Samba, ou seja, personagens que encontramos nas alas das Escolas, como Ala das Baianas, Velha Guarda, outras, é também verdade que a União, veio com a ousadia própria de uma Escola recém fundada e neste caso repleta de fôlego.

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Polêmicas no Carnaval são comuns e instigam o imaginário

Polêmicas no Carnaval acontecem, e nem sempre ligadas ao enredo. Neste caso, a maior delas, foi com a Beija-Flor de Nilópolis, nos tempos de Joãosinho Trinta. O carnavalesco levou para a Sapucaí um cristo tapado, como crítica a Igreja. Outros fatos também entraram para a história dos carnavais.

Em 1994, o então presidente Itamar Franco decidiu prestigiar a folia e assistir aos desfiles do camorote da Liga das Escolas de Samba do Rio. Para alegria dos fotógrafos que se amontoaram para fazer o clique do presidente, acompanhado da modelo Lílian Ramos, que minutos antes havia desfilado com os seios à mostra e trocado olhares e beijinhos com Itamar. E para a festa ficar completa, ela estava sem calcinha.

Para Renato Reis, que já desenvolveu enredos para escolas e blocos, "as polêmicas quando não ultrapassam os limites, fazem bem pois despertam a curiosidade das pessoas".

Ângela Bastos |  Esta dirección electrónica esta protegida contra spam bots. Necesita activar JavaScript para visualizarla