Dois dos onze presos políticos cubanos que recusam exilar-se em Espanha como condição para serem libertados iniciaram uma greve de fome, anunciou a Comissão Cubana dos Direitos Humanos, citada pela AFP.

Diosdado Gonzalez e Pedro Arguelles começaram a sua greve de fome na terça-feira, no seguimento da iniciada na sexta-feira pela esposa do primeiro, Alejandrina Garcia, adiantou Elizardo Sanchez, o presidente daquela comissão, considerada ilegal pelo regime cubano, mas apesar disso tolerada.

"Deixei de beber água desde sexta-feira para exigir a libertação do meu marido. O governo está a gozar estes 11 homens", afirmou Alejandrina Garcia, por telefone, a partir da sua residência, em Perico, a 170 quilómetros a este de Havana.

Os dois homens fazem parte de um grupo de 52 opositores considerados presos de consciência pela Amnistia Internacional, que o presidente cubano Raúl Castro se comprometeu a libertar, em 2010, no seguimento de um diálogo inédito com a Igreja Católica de Cuba.

Destes 52 presos -- que faziam parte de um grupo de 75 condenados em 2003 -- já foram libertados 41, 40 dos quais se exilaram em Espanha e 1 ficou em Cuba.

Os outros 11 recusam o exílio e permanecem encarcerados, apesar de ter expirado em novembro o prazo fixado pelas autoridades para os libertar.

Entretanto, a Igreja Católica de Cuba anunciou hoje a libertação de quatro cubanos condenados por pirataria, mas que não pertencem àquele grupo.

Os quatro homens - Victor Jesus Hechavarria Cruz, Osmel Arevalos Nuñez, Alexis Borges Silva e Rodrigo Gelacio Santos Velazquez - não fazem parte da lista de onze prisioneiros políticos que deviam ter sido libertados até final do ano passado, mas juntam-se aos 16 outros prisioneiros, condenados a pirataria e outros crimes, também libertados em 2010.