Uma pesquisa feita pela Quaest, divulgada nesta sexta-feira 18, mostra uma forte polarização entre a população sobre a possibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ser preso. Enquanto 43% dos brasileiros acreditam que isto não deve acontecer, outros 41% são favoráveis.

A prisão, neste caso, é por conta da condução da operação da Polícia Federal que investiga a tentativa de venda de presentes oficiais do governo, popularmente conhecida como caso das joias. O levantamento indica que 66% estão acompanhando o caso. Só 34% não sabem do que se trata.

A pesquisa ouviu 2.029 pessoas em 120 cidades sorteadas, entre os dias 10 a 14 de agosto. A coleta de dados, vale dizer, ocorreu dias antes das notícias mais contundentes no caso, em especial a informação de que Mauro Cid vai assumir que vendeu as joias e outros presentes luxuosos, mas alegar que atuou sob ordens de Bolsonaro. Segundo explicou o advogado do ex-ajudante de ordens, o dinheiro das vendas teria sido repassado ao ex-capitão.

Até o momento, Cid está preso e havia optado pelo silêncio em todos os depoimentos. Ele é um dos principais envolvidos no caso, já que era uma das pessoas mais próximas de Bolsonaro e também é suspeito de falsificar os cartões de vacinação do clã. 

A nova informação de que vai entregar o papel de Bolsonaro no esquema motivou a quebra de sigilos do ex-presidente da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A ordem, neste caso, partiu do Supremo Tribunal Federal. A intenção é verificar as contas do casal para buscar provas que comprovem o uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens ilícitas. 

Nestas entrevistas feitas pela Quaest, 68% dos eleitores de Bolsonaro disseram que não deveria ser preso, enquanto 62% dos eleitores do presidente Lula (PT) rebateram que deveria. Entre os que não votaram ou votaram branco ou nulo está dividido, entre 39 a 36% dizem que deveria ser preso. Chama a atenção, porém, que 19% dos eleitores bolsonaristas já apontam que o ex-capitão deveria ir para a cadeia. 

Vale recordar, que além das eleições de 2022 ter sido a mais disputada desde a redemocratização, foi a que menos computou o percentual de votos brancos e nulos, 5,4 milhões, o menor desde 1994. O que torna a opinião dos consultados pelo levantamento ainda mais representativa do que estas investigações significam. 

Até mesmo entre as regiões não há uma diferença discrepante entre quem acha que Bolsonaro deve ou não ser preso. Todas permaneceram entre 39% a 41% a favor da detenção e 42% a 47% contrários.

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