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Bolivianos em SP enfrentam longas filas para votar para presidente; vencedor 'terá o desafio de unir o país', diz eleitor |
Escrito por Indicado en la materia |
Domingo, 18 de Octubre de 2020 20:05 |
A comunidade boliviana em São Paulo enfrentou longas filas neste domingo (18) para votar no primeiro turno das eleições para a presidência da Bolívia. Os eleitores vão escolher quem vai substituir Jeanine Añez, a presidente interina que assumiu em novembro de 2019, após a anulação da votação daquele ano e os distúrbios que levaram Evo Morales a renunciar (leia mais no final da reportagem). No principal colégio eleitoral da capital paulista, o Instituto de Ciência e Tecnologia São Paulo, na Luz, região central, não havia o distanciamento recomendado para evitar a transmissão de Covid-19. O instituto fica ao lado da Praça Kantuta, onde neste domingo voltou a funcionar a tradicional Feira boliviana Kantuta.
Os bolivianos são a maioria dos estrangeiros que vivem na cidade de São Paulo. No estado, 40.342 eleitores estão aptos para ir às urnas hoje, informou o Tribunal Superior Eleitoral da Bolívia. Diferentemente das eleições brasileiras, o voto é feito em cédulas de papel na capital paulista. A boliviana Harlem Arispe, de 34 anos, está há 5 anos no Brasil e vota pela segunda vez. “O futuro de Evo Morales [depois desta eleição] é incerto. Eu não acho que o partido dele será eleito”. Essas são as primeiras eleições na Bolívia sem a participação de Evo Morales desde 1997. Harlem Arispe, de 34 anos, não acredita que o partido de Evo Morales será eleito — Foto: Gessyca Rocha/G1 Há 15 anos no Brasil, Ronald Mancilla, de 33 anos, também enfrentou as filas para votar. “Politicamente o momento da Bolívia é complicado. Tem a questão dos partidos de esquerda, de direita, tem muito regionalismo, o país está meio dividido sim e esse mesmo sentimento está aqui com a coletividade boliviana. O que todo mundo quer é que, independentemente de quem for o presidente, ele terá o desafio de unir o país, não governar com sentimentos e imposições”. Três candidatos estão a frente nas pesquisas, Luis Arce, o candidato do partido de Evo Morales, Carlos Mesa, considerado um centrista, e Luis Fernando Camacho, líder de extrema-direita. Apesar da fila, o boliviano Ramiro disse que o processo de votação foi rápido dentro do instituto. "Também votei no ano passado e este ano as pessoas estão com mais vontade. Acho que as pessoas querem mudanças, as coisas que a presidente de agora está fazendo são muito ruins", disse. Ronald Mancilla, de 33 anos, está há 15 anos no Brasil e disse que futuro presidente terá desafio de 'unir o país' — Foto: Gessyca Rocha/G1 Bolivianos enfrentam longas filas para votar neste domingo, 18 de outubro, em São Paulo — Foto: Gessyca Rocha/G1 As desistênciasDois candidatos de direita abandonaram a corrida eleitoral: a presidente interina, Jeanine Añez, e Jorge Quiroga, que também já foi o líder do país. Os dois deixaram as eleições para evitar uma vitória em primeiro turno de Arce, o candidato de Evo. No entanto, nenhum dos dois declarou apoio a Mesa, o segundo colocado. Bolivianos fazem uma longa fila para votar para presidente neste domingo, 18 de outubro, em colégio eleitoral em São Paulo — Foto: Gessyca Rocha/G1 Entenda as eleições canceladas de 2019A votação para eleger o próximo presidente é a segunda em um ano. Em 20 de outubro de 2019, Evo concorreu pela quarta vez e ficou em primeiro (Mesa, que agora concorre novamente, ficou em segundo). Como teve mais de 40% dos votos, ele foi considerado vencedor. O resultado inicial da apuração indicava um segundo turno, mas houve interrupções na contagem. Depois de dias de indefinição, o processo foi retomado e Evo saiu como vencedor. Começaram, então, protestos contra os resultados. No dia 10 de novembro de 2019, a Organização dos Estados Americanos (OEA) tornou público um relatório que apontava que as eleições haviam sido fraudadas. Evo cancelou os resultados e convocou novas eleições imediatamente. Porém, a ação não foi suficiente: pressionado por militares, ele renunciou e, em seguida, fugiu do país. Inicialmente, ele foi para o México e, depois, se exilou na Argentina. Posteriormente, estudos de grupos de pesquisas dos EUA colocaram em dúvida a alegação da OEA de que as eleições de 2019 foram fraudadas. Luis Fernando Camacho, Carlos Mesa e Luis Arce, os candidatos à presidência da Bolívia — Foto: Reuters
G1 GLOBO |
Última actualización el Jueves, 22 de Octubre de 2020 00:18 |
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