A Venezuela tem uma nova nota a partir desta quinta-feira. Vale 100 000 bolivar e servirá para que os venezuelanos não andem com os bolsos cheios de notas na hora de pagar as compras do dia-a-dia. Só que como a taxa de inflação neste país é tão elevada, esta nota vale apenas 2,42 dólares (2,08 euros), de acordo com os preços fixados no mercado negro, segundo a Bloomberg.

Nicolas Maduro, Presidente da Venezuela, considera que esta é uma solução temporária e defendeu, na televisão estatal, que a moeda “está a ser atacada” pelo Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. Maduro faz alusão ao mercado cambial existente nos países que fazem fronteira com a Venezuela.

“Estamos a atualizar o nosso conjunto de moedas enquanto enfrentamos este ataque na moeda”, adiantou Nicolas Maduro. Em 2018, poderá surgir uma “solução definitiva”, em que as transações com notas ou moedas poderão ser praticamente eliminadas. O FMI estima que a taxa de inflação da Venezuela ultrapasse os 2300% no próximo ano. A forte subida dos preços tem levado à falta de notas e moedas nos bancos e nem a introdução de novas denominações tem melhorado a situação. Cada bolivar no mercado negro venezuelano corresponde a 41 290 dólares; o banco central da Venezuela define que são necessários 3345 bolivar para obter um dólar. Anteriormente, Nicolas Maduro anunciou a subida de 30% do salário mínimo em véspera das eleições municipais, em dezembro, e das férias de Natal. Medidas insuficientes para lidar com uma economia em hiperinflação e uma grave crise de petróleo. Não é só na Venezuela que existe um mercado negro cambial. No Uzbequistão, cada sum corresponde a 8069 dólares; em Angola, um kwanza vale 420 dólares; na Nigéria, cada naira vale entre 360 e 363 dólares.