O deputado chileno Felipe Kast denunciou nesta segunda-feira (7), ao chegar em Santiago de uma viagem a Havana, que foi agredido, algemado e retido durante quase três horas por participar de uma manifestação pacifica da organização Damas de Blanco, que pede a libertação de presos políticos em Cuba.

"Sem nenhum diálogo chegou um grupo de choque do regime castrista; bateram nos que estavam caminhando, sem pedir nenhuma identificação, e nos levaram detidos", acusou Felipe Kast no aeroporto, que chegou às 6h à capital chilena.

O parlamentar, dirigente do partido opositor Evópoli, acrescentou que permaneceu detido por mais de duas horas e meia, até ser autorizado a fazer uma ligação telefônica, informou a agência EFE.

"Não houve diálogo, simplesmente chegou um grupo de choque com aproximadamente cem pessoas em veículos, em ônibus, e fui jogado no chão, agredido, algemado e levado a um lugar sem poder explicar nem entender alguma razão".

Segundo o legislador direitista, "só uns poucos" estavam vestidos com uniforme policial.

Kast agradeceu ao chanceler chileno, Heraldo Muñoz, e ao embaixador em Cuba, Gonzalo Mendoza, a mediação para sua libertação, e acrescentou que viajou a Havana por motivos pessoais, pois tem parentes que vivem na ilha.

"Espero que como sociedade possamos refletir sobre o que faz estas mulheres que simplesmente pedem para poder caminhar em paz por seus familiares, que estão detidos, alguns deles há 17 anos", acrescentou.

Segundo o parlamentar, ele foi detido porque provavelmente não sabiam que ele era um parlamentar chileno, mas isso, segundo ele, não diminui a gravidade do incidente.

Kast denunciou que toda semana as integrantes da organização Damas de Blanco sofrem o mesmo tratamento do que ele foi alvo, sem que isso seja notícia.

Em Santiago, o incidente provocou a reação de alguns parlamentares governistas. O deputado social-democrata Jorge Tarud, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, manifestou sua rejeição pela detenção de Kast, mas destacou que ele não não informou à Embaixada do Chile em Cuba sua intenção de participar de uma manifestação.

O deputado comunista chileno Daniel Núñez atribuiu ao parlamentar de Evópoli a intenção de dificultar o reforço das relações com o país caribenho, após a viagem oficial na semana passada do ministro das Relações Exteriores, Heraldo Muñoz.

G1 GLOBO.COM