O blog de Yoani, “Geração Y”, pode ser acessado de qualquer lugar, mas é bloqueado em Cuba. Ela manda mensagens diárias pelo twitter sobre o país.

Uma voz feminina, forte, ousada: Yoani Sanchez. Já ouviu falar? Crítica da ditadura dos irmãos Castro, Yoani foi proibida de deixar Cuba. Mas ela não se intimida. Dribla a censura e segue fazendo denúncias pela internet. De Nova York, o correspondente Jorge Pontual conversou por telefone com a escritora.

O blog de Yoani Sanchez, “Geração Y”, pode ser acessado de qualquer país, mas é bloqueado em Cuba. Ela manda mensagens diárias para o endereço twitter.com/yoanisanchez.

É muito difícil falar por telefone com Yoani. A rede local é precária. Mas depois de muitas tentativas, conseguimos.

Não é possível gravar a conversa em vídeo pela internet, serviço proibido em Cuba e o acesso à rede, segundo Yoani, é um privilégio exclusivo para altos funcionários e estrangeiros. Ainda assim, ela consegue mandar diariamente informações sobre Cuba pela internet.

Yoani conta que usa o celular para enviar mensagens de texto. Assim ela dá notícias sobre a greve de fome do jornalista Guillermo Fariñas, que protesta contra a situação dos mais de 200 presos políticos em Cuba: “Até publiquei o telefone da UTI onde ele está internado para quem quiser entrevistá-lo ou conversar com ele”.

Ela informa também sobre as passeatas das damas de branco em Havana, que são parentes de presos políticos. Cada uma leva uma flor e frequentemente, são agredidas nas ruas.

Mas Yoani vê sinais de mudança em Cuba: “Creio que a transformação fundamental está ocorrendo no interior dos cidadãos, que estão perdendo o medo”.

Yoani escreveu ao presidente Lula. Pediu que pressione o governo cubano a autorizar que ela saia de Cuba. Yoani quer visitar o Brasil e outros países onde o livro dela foi lançado. "De Cuba com carinho" obteve prêmios que Yoani nunca pode receber pessoalmente.

Ela se diz otimista quanto a um futuro democrático para Cuba: “Acredito que estão ocorrendo as condições ideais para fazer um país próspero que inclua todos os cubanos. Mas não podemos fazer tudo sozinhos. Precisamos de solidariedade, ajuda, conselhos e de toda força de quem nos estende a mão".