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ENTREVISTA: Padre José Conrado, sacerdote cubano de visita em Brasil com motivo da Jornada Mundial da Juvetude PDF Imprimir E-mail
Escrito por Indicado en la materia   
Jueves, 25 de Julio de 2013 16:55

RIO - Uma das principais vozes críticas ao regime castrista dentro da Igreja Católica cubana, o padre José Conrado Rodríguez adota uma postura de conciliação ao falar da transição que deseja para seu país: defende o diálogo político, sem excluir quem já está no poder.

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Próximo a dissidentes, por quem já foi inclusive premiado por suas posições, o religioso veio ao Rio para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Ao GLOBO, disse ter sido ameaçado de morte pelo governo nos anos 1990, quando escreveu uma dura carta aberta a Fidel Castro, e se mostrou a favor de uma Igreja mais firme nas questões de direitos humanos. “Não tenho vontade de me calar. Sei que estou pedindo algo justo”, afirma.

 

O senhor poderá encontrar o Papa? O que gostaria de dizer a ele?

Um representante do prefeito de Miami disse que estava tentando me ajudar com isso, mas vamos ver. Primeiro, lhe diria o quanto o amamos. Quando se está na posição do Papa, há muitas cruzes a carregar. Por isso, o carinho das pessoas é fundamental. Segundo: que siga por este caminho. Que não tema ninguém, que siga no caminho da renovação da Igreja por meio do amor, mas também com firmeza. E terceiro, pediria uma bênção a Cuba e a todos os cubanos. Sabe, Cuba não é só a ilha; há mais de dois milhões de cubanos fora da ilha. Que não se esqueça daqueles que por 54 anos sabem das dificuldades, das perseguições, do desprezo, de não estar em igualdade de condições - somos cidadãos de segunda categoria. Gostaria que rezasse também pelos que estão no governo. É também o que peço a Deus. Houve muito derramamento de sangue: os que morreram tentando chegar à Flórida, os que morreram nos pelotões de fuzilamento, nas prisões. Não é preciso derramar o sangue de outros cubanos para encontrar o caminho da verdade e do amor.


Como o senhor vê a relação entre o Vaticano e Cuba?

Já há um diálogo que tem melhorado. Mas o problema é mais profundo. O governo não tem que se reconciliar apenas com a Igreja. Precisa se reconciliar com o povo, com as pessoas que não são comunistas, não querem ser comunistas e nunca serão comunistas - e que são a maioria. Têm que aprender a ser o governo de todos. Enquanto não forem, é um governo que, de alguma forma, oprime o nosso povo.

O senhor mantém contato com ativistas de oposição. Qual seria o caminho para uma eventual transição?

A primeira coisa seria o diálogo. A oposição pede isso, a Igreja também. Os que participam da oposição em Cuba romperam a barreira do medo, que muitos cubanos ainda não romperam. Diria que a maioria do povo cubano que não pensa como o governo e quer uma mudança profunda no país. O povo ainda não sabe exatamente como chegar aí, mas é o que deseja. Mais cedo ou mais tarde, o governo terá que lidar com isso.



Dado Galvão, Padre Conrado e jovens da Juventude Missionaria que participam da Jornada Mundial da Juventude.


O governo de Raúl Castro fez algumas reformas no sistema migratório e na economia. São mudanças reais?

São mudanças tímidas, que beneficiam uma pequena parte da população. Alegro-me que essas mudanças tenham ocorrido, mas não são as fundamentais, as que fazem falta ao país. Cuba está fechada não só em relação a outros países, mas em relação a si mesma. Cuba deve abrir-se para o mundo, mas o mundo também deve abrir-se para Cuba. Há um tema fundamental para muitos países, o dos direitos humanos em Cuba. A defesa dos direitos humanos não é propriedade do Estado e não tem fronteiras. Não devo defender os direitos humanos apenas em Cuba, mas no mundo todo.


O senhor é otimista em relação a outras mudanças em Cuba neste momento?

Talvez otimista não seja a palavra, mas sim aberto e desejoso. E farei de tudo para que esse caminho seja aberto. Estou seguro de que isso será bom para governados e governantes. Os direitos retirados da população se concentram nas mãos de poucos; há pessoas que têm mais direitos que o povo. É necessário compartilhar as responsabilidades, respeitar as liberdades, respeitar os direitos do povo. Aí sim poderemos construir uma pátria como a que José Martí queria: uma pátria com todos e para o bem de todos, sem exclusões. De todos, não de poucos, não dos que pertencem a um só partido, o que governa, à mesma ideologia.


Mas o senhor crê que essa ausência de igualdade seria superada em um sistema capitalista?


Entendo que do ponto de vista econômico se fale de socialismo e capitalismo. Mas vou um pouco mais atrás: para mim, a discussão é entre democracia e totalitarismo. Em Cuba, ainda há a mentalidade totalitária do governo cubano. É necessário superar essa mentalidade para que haja uma verdadeira democracia na qual as pessoas tenham domínio de seu dinheiro e suas propriedades. Isso faz parte também. Mas o que peço fundamentalmente, numa sociedade aberta, é que as pessoas tenham seus direitos garantidos e assumam a responsabilidade por seu presente, por seu futuro, que tenham a possibilidade de lutar em liberdade. Não nego o direito dos marxistas de lutar por uma Cuba melhor, não os excluo por nada; mas que não nos excluam mais, os cubanos que não são marxistas e não querer ser.


O senhor foi transferido para a região de Cienfuegos, a 600 Km de Santiago de Cuba, sua antiga paróquia. Há algo político nessa mudança?

Sinceramente, não sei dizer. Acredito que, bem... Na Igreja, as coisas acontecem assim. Mas o antecedente é que sou um padre incômodo. Talvez o bispo quisesse descansar um pouco de mim. Mas não parece que o governo tenha pedido isso expressamente. Se fizessem isso, teriam dito: ‘De maneira alguma! Estão se metendo nos assuntos da Igreja.’ Mas o bispo sabia que o governo me queria fora da paróquia. O salão paroquial estava prestes a desabar, e a funcionária do governo responsável por autorizar a obra disse ao bispo: ‘Enquanto José Conrado estiver lá, não daremos a autorização’. Mesmo que caísse na cabeça das pessoas! Uma coisa é discordarem de mim, mas não posso aceitar que neguem às pessoas o direito de estar em segurança. Nós temos o teto há anos. Insisti nesse assunto com o bispo várias vezes.


Nos últimos meses, o primeiro vice-presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, se reuniu com representantes protestantes e iorubás. Já houve algum convite para a Igreja Católica? O senhor vê essas conversas como algo positivo?


Vejo tudo que seja diálogo como algo positivo. Não sei se houve convite à Igreja Católica porque estou viajando há um mês, mas algo deve estar a caminho. O governo se deu conta que a imensa maioria do povo tem uma fé religiosa.


O senhor diz ter sofrido ameaças de morte por parte do governo nos anos 1990. O que aconteceu?

Numa missa, fiz uma homilia falando da crise dos balseiros e do Maleconazo (onda de protestos em Havana contra o governo), em 1994. Logo depois disso, avisei que leria uma carta aberta a Fidel Castro, muito dura. O silêncio foi impressionante... Mas depois da leitura fui muito aplaudido pelos fiéis. No ano seguinte, a rádio Martí (baseada em Miami e financiada pelos Estados Unidos) leu a carta, e aí sim o governo cubano ficou irritado. Fiquei sabendo por meio de um amigo que o governo estava tramando minha morte. Iriam forjar um acidente de carro. Então, liguei para um advogado amigo em Miami e pedi para ele me gravar relatando a ameaça do governo e que, se algo acontecesse comigo, a declaração deveria ser tornada pública. Então, uma semana depois, estava na casa de um amigo e uma liderança local do Partido Comunista Cubano me encontrou. Disse que ouviu de um superior: ‘Se encontrar o padre na rua, não estenda a mão, dê um abraço. O que ele pedir, atenda’. A mensagem era que não deveriam me causar problemas.


A Igreja Católica e o Papa deveriam adotar uma postura mais política em relação a Cuba?

Darei a você a resposta que o Papa João Paulo II deu quando visitou o campo de concentração nazista de Auschwitz. O Papa falou das atrocidades ali cometidas, e um jornalista perguntou se o Pontífice não estava entrando na política ao falar disso. João Paulo II respondeu que falar dos direitos humanos não é falar de política; é a essência do Evangelho. Penso que a Igreja pode e deve ser mais firme nestas questões, a começar pela Igreja cubana. Principalmente para evitar males maiores. O povo cubano está exasperado, e um povo assim pode fazer qualquer coisa. Não podemos permitir que as coisas sigam por este caminho.


Tomado de RIUS.COM.BR

Fonte com fotos: Edição Impressa O GLOBO

Última actualización el Martes, 30 de Julio de 2013 11:10
 

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