O jornal estadunidense The Washington Post pediu, em um de seus editoriais, uma “investigação completa” sobre a morte do dissidente cubano Oswaldo Payá que, ademais, conte com o apoio do Governo dos EUA.

Infolatam/EFE.-

A ONU confirmou que recebeu um pedido da família de Payá para que apoie sua petição de que uma comissão internacional independente investigue as circunstâncias da morte de seu pai, no ano passado.

“A morte do dissidente cubano merece uma investigação completa, com o apoio dos Estados Unidos”, prega o subtítulo do texto, cujo título é “O significado do silêncio”.

“Nelson Mandela foi preso em Robben Island. Andrei Sakharov foi exilado em Goeky. Vaclav Havel foi levado a um cárcere em Praga. Aung San Su Kyi foi mantido em prisão domiciliar em repetidas ocasiões. Todas estas vozes valentes e dissidentes foram caladas em algum momento por regimes autoritários, mas ao final, encontraram seu caminho para a liberdade”, diz o texto.

“Oswaldo Payá nunca teve essa oportunidade”, acrescenta.

O jornal remete-se, ademais, a uma recente entrevista que realizou com Ángel Carromero, quem conduzia o carro que sofreu o acidente no qual morreu Payá, e quem assegurou que o veículo sofreu uma investida por trás causada por outro automóvel.

O editorial reconhece as declarações emitidas desde a Casa Branca, que lhe “deram tributo” ao morrer, bem como sua rejeição às detenções de outros ativistas durante seu funeral, mas reclama a reação da Casa Branca ante as afirmações de Carromero.

“Na semana passada, desde que a entrevista de Carromero foi publicada, a administração não disse uma palavra”, reclama.

A ONU confirmou que recebeu um pedido da família do falecido dissidente cubano Oswaldo Payá para que apoie sua petição de que uma comissão internacional independente investigue as circunstâncias da morte de seu pai, no ano passado.

“Podemos confirmar que a petição foi recebida”, afirmou um porta-voz anexo das Nações Unidas, Eduardo del Buey.

Acrescentou que o mecanismo de direitos humanos da ONU, incluindo o Conselho de Direitos Humanos, “foram informados do caso e estão em contato com representantes” de Payá.

Rosa María Payá, filha do dissidente cubano, pediu na terça-feira passada à ONU que apoie sua petição para que uma comissão internacional independente investigue a morte de seu pai.

Payá interveio nesse dia ante o Conselho de Direitos Humanos da ONU (em Genebra), ao qual difundiu uma carta aberta ao secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e à Alta Comissionada da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay.

Nessa carta aberta, Rosa María Payá diz que o Governo cubano pode estar por trás do acidente do dia 22 de julho passado, no qual morreram seu pai e outro dissidente, Harold Cepero.

Tomado de INFOLATAM/EFE