Dar nomes aos filhos Imprimir
Escrito por Fuente indicada en la materia   
Sábado, 23 de Enero de 2010 12:20

Por YONAI SÁNCHEZ

“Que nome você acha que devo dar à ele? Disse-me uma amiga que está no sexto mes de gravidez e espera um menininho. No primeiro impulso respondo-lhe com o habitual “José” e sua careta me obriga a buscar algo menos tradicional. Passo então em revista o amplo catálogo que inclui Mateo, Lázaro ou Fabián, porém nenhum agrada a mãe exigente. Se esta mesma situação houvesse ocorrido vinte anos atrás, ao bebe seria imposto um “ípsilon”, como à muitos dos nascidos nas décadas de setenta e oitenta. Com certeza, a exótica moda de usar a penúltima letra do abecedário, parece ter ficado superada.

 

Durante vários quinquenios os cubanos deram nomes aos seus filhos com uma liberdade que não conseguiram experimentar em outras esferas da vida. A nebulosidade induzida pelo mercado racionado e o controle estatal sobre nossa existência se esfumavam quando se registrava um récem nascido no registro civil. Os pais brincavam com a linguagem e criavam verdadeiros travalínguas, como o exibido por um famoso jogador de beisebol chamado “Vicyohandri”. Para alguns, inclusive, somaram-lhes a rara composição “Yesdasi”, mistura da palavra “sim” em inglês, russo e espanhol.

 

Afortunadamente, desde há alguns anos, ares mais calmos sopram na hora de dar nome à um menino. Toda uma geração que havia sentido ter sido nomeada como se se tratasse de um experimento de laboratório, agora prefere voltar ao antigo uso. Assim foi que depois de vários dias minha amiga me chamou para comunicar-me sua decisão: o bebe se chamará Juan Carlos. Do outro lado da linha, eu respiro aliviada: a sensatez voltou ao ato de se dar nome aos filhos.

 

Traduzido por Humberto Sisley de Souza Neto

Última actualización el Sábado, 23 de Enero de 2010 12:24