Reggaetón Imprimir
Escrito por Fuente indicada en la materia   
Martes, 12 de Enero de 2010 02:11

Por YOANI SÁNCHEZ

Um ritmo sensual e extrovertido inundou - há mais de dois anos - todas as discotecas e lugares de dança do país. Chegou associado a uma gesticulação desembaraçada que expressa abertamente os desejos de diversão, sexo e boa vida. Numerosas orquestras de salsa adaptaram sua música e começaram a escrever novas letras no compasso do reggaetón. As canções aludem claramente à situacões eróticas ao par que descrevem uma zona da realidade cubana sem retoques nem triunfalismo. Na zona oriental do país propagou-se a partir desta cadência musical uma modalidade mais dura e direta conhecida entre seus seguidores como “el perreo”

É raro encontrar em toda a Ilha um bicitáxi de aluguel ou um automóvel velho que não exiba a todo volume as expressões pegajosas de um gênero que não dá mostras de se extinguir. Um dos elementos mais interessantes da permanência do reggaetón entre nós, é o pouco que se parece com a música de conteúdo social que tanto se escutava nos anos sessenta e setenta. Se a nova trova aludia constantemente a um ser abnegado e desejoso de contribuir com o processo social, as atuais melodias exibem um indivíduo atraído pelo material e concentrado em satisfazer seus desejos imediatos. A criação musical terminou por evidenciar um processo de mudanças sociais, muito mais complexo que um par de acordes ou que alguns passos novos de dança.

Se no cenário um grupo de rapazes repete até o paroxismo “iMami, goza!”, o público requebra e sua sob as luzes coloridas. Não falta quem tenha criticado públicamente a propagação destes novos rítmos, vinculando-os à correntes estrangeirizantes ou com tendências consumistas. Isso pouco importa aos seguidores do reggaetón, pois para eles um estribilho sonoro que chame ao desfrute é - gostemos ou não - o novo hino destes tempos.

Traduzido por Humberto Sisley de Souza Neto

Última actualización el Jueves, 14 de Enero de 2010 13:14