Meu Voto |
Escrito por Indicado en la materia |
Miércoles, 17 de Octubre de 2018 07:17 |
Por Alexandre Ostrowiecki.- O PT, perpetuou desigualdades e privilégios, que cristalizou poder e riqueza nas mãos uma pequena elite de políticos, altos funcionários públicos, empresários e grupinhos de interesse. O mesmo PT, que nos legou milhões de desempregados sem condições de sustentar a família. MEU VOTO Alexandre Ostrowiecki O botão que apertar impactará profundamente o futuro do país, pois nunca antes 13 x 17 significaram coisas tão diametralmente opostas. Terei que escolher entre duas más opções. Queria que fossem outros ali na urna, mas infelizmente esses dois são o que temos e a política é a arte de lidar com a realidade. Por mais difícil que seja, eu decidi me posicionar. Voto nulo é para quem não quer depois aguentar a responsabilidade por suas escolhas. É para quem quiser depois, caso as coisas deem errado, lecionar aos outros “eu não votei nele”, qualquer que seja o “ele”. Comecemos com Bolsonaro: considero várias de suas declarações como abomináveis e inaceitáveis. Já houve referências extremamente desrespeitosas a negros e índios, já houve horrendas falas contra gays, falas elogiando torturadores e convocando a polícia a matar mais gente ainda do que já o faz. O Brasil é o país onde mais se mata travestis no mundo, achar que a educação da diversidade sexual nas escolas existe para "incentivar seu filhinho a virar gay" e não para educar sobre homofobia é um absurdo. O Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão, aqui a ideia de que alguém é inferior por ser negro é algo que está impressa nas camadas mais profundas e ocultas (as vezes não tão ocultas assim) da psiquê nacional. Não dá pra simplesmente chamar de mimimi a questão racial (o que é bem diferente de apoiar ou não as cotas raciais em universidades). Bolsonaro tem uma das mais infelizes coleções de abusos verbais da nossa política. No entanto, Bolsonaro não se trata de um extremista incomum babando de ódio. A frequente comparação com nazismo é rasa, tosca e ofensiva. Se Bolsonaro = Hitler então certamente Lula = Stalin. Ele me parece, sim, um perfeito recorte de como pensa boa parte da população brasileira, um espelho do povo. Às vezes eu pergunto para mulheres bolsonaristas sobre porque elas votarão 17 e a resposta geralmente é “muita frescura isso que falam dele. Ele é igualzinho meu pai/tio/amigo”. Ele é o povo brasileiro, refletindo nossos preconceitos arraigados, nossa intolerância, nossa ignorância. E isso não justifica nada. O que (infelizmente) ainda é permitido nas rodas de bar não é aceitável da boca do presidente da república. Eu teria um enorme prazer em votar contra Bolsonaro e a favor de pelo menos meia dúzia de outros candidatos que disputaram o primeiro turno. Mas aí chega a hora de ver a alternativa, a única opção que temos. Poucas perspectivas são mais desesperadoras e deprimentes do que assistir ao PT voltando ao Palácio do Planalto. Que gritava nas ruas que tinha sofrido “golpe” e hoje cai na cama com os “golpistas” de ontem. Que gritou nas ruas contra a lava jato, contra seu presidente “injustiçado” mas que agora para o segundo turno na maior cara de pau faz 180 graus de curva, passa a esconder o mesmo messias injustiçado e afirma amorosamente que vai incentivar as investigações. O partido que coordenou a compra do congresso, a cooptação de jornalistas, blogueiros, artistas, grandes empresários. O partido que cristalizou o discurso de ódio do "nós contra eles", a ideia de que se você não vota no PT então é anti-pobre. A ideia de que, no fundo mesmo, seu problema é que você não aguenta ver uma família humilde com comida na mesa (como se alguém fosse monstro assim para gostar de ver gente passando fome). E, o pior de tudo, o partido que teve a cara de pau de não fazer uma miserável retratação, um miserável mea culpa, um pedido de perdão aos brasileiros pela devastação econômica, miséria e roubalheira. Tivesse o PT renovado seus quadros, feito uma autocrítica, tivesse a humildade de dizer "chega de presidência por um tempo, viva alternância de poder. Vamos embarcar numa candidatura Ciro Gomes, por exemplo e vamos trabalhar em ministérios chave em um governo progressista” eles teriam levado a eleição facilmente. E com elegância. Mas não. A ganância pelo poder (essa é a verdadeira e única ideologia do PT), a ambição de "não largar o osso", falaram mais alto. Se Bolsonaro for presidente, o PT é quem ele terá que agradecer primeiro. É hora de escolhas difíceis. Eu não vou me omitir. Apesar das graves falhas de ambos lados da escolha, eu me faço a seguinte pergunta: quem tem direito a uma chance agora? Qual das duas falhas é mais fácil de corrigir? Chegando ao poder, acredito que seja possível que Bolsonaro modere seu discurso. Que ele irá evoluir no respeito às minorias historicamente oprimidas. Ele aprenda a duras penas que o presidente tem uma majestade própria e que é papel dele, proteger os mais fracos, unir as pessoas em respeito e paz. A eleição de Haddad (ou Lula?) marcará o início de tempos muito deprimentes, vingativos e sombrios no Brasil, com um projeto de governo muito ruim (também li), ancorado em fórmulas populistas que comprovadamente fracassaram. O Brasil merece mais do que a volta do PT. É por isso que eu votarei em Jair Bolsonaro 17 no segundo turno. Alexandre Ostrowiecki |
Última actualización el Lunes, 22 de Octubre de 2018 15:47 |