Raúl Castro: quatro anos no poder Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Lunes, 27 de Febrero de 2012 13:20

Raúl Castro completa quatro anos no poder dedicados às reformas em Cuba
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

Raúl Castro completa nesta sexta-feira quatro anos como presidente de Cuba entre pressões de simpatizantes que pedem mais velocidade em suas reformas e críticas da oposição e de Washington, que consideram estas mudanças "lentas" e "cosméticas".

O general-presidente de 80 anos consumiu 40% de seu tempo na presidência, já que, após substituir interinamente seu irmão doente Fidel em 2006, e ser eleito presidente pelo Parlamento em 2008, limitou os cargos em Cuba a dois mandatos de cinco anos, período no qual terá que implantar seu projeto de mudanças.

"Não se pode dizer que não tenham ocorrido nestes quatro anos, sobretudo no campo econômico, não tanto no campo político", disse à AFP o economista opositor Oscar Espinosa Chepe, embora tenha classificado as reformas econômicas como "totalmente insuficientes".

Raúl permanece firme em sua estratégia "passo a passo" nas mudanças, "sem pressa, mas sem pausa", o que faz o acadêmico cubano-americano Arturo López Levy, de Denver, Colorado, pensar que "não parece consciente dos custos de um excessivo gradualismo".

"A lentidão na aplicação das aberturas, incluindo a reforma migratória e a ausência de uma política que incentive os investimentos de cubanos do exterior, está tornando mais difícil e doloroso o ajuste econômico", disse López Levy à AFP.

Em quatro anos, Raúl ajustou a equipe e a estrutura de Governo, abrindo o poder aos militares, trocou meia centena de dirigentes da época de Fidel, e impôs a racionalidade econômica sobre os critérios políticos.

Ainda assim é necessária "a atualização do modelo político", disse o acadêmico cubano Julio César Guanche em um recente artigo, pedindo "a democratização das práticas partidárias e estatais, a urgência de mecanismos de governo mais eficazes, responsáveis e transparentes, a necessidade de regularizar a proteção de direitos cidadãos".

Raúl também deu aos cubanos a possibilidade de se hospedar em hotéis e comprar computadores e eletrodomésticos, assim como eliminou outras "proibições excessivas".

Sua maior atividade se concentrou na economia: convocou um Congresso do Partido Comunista que aprovou mais de 300 mudanças para "atualizar" o esgotado modelo econômico de cunho soviético para torná-lo mais rentável.

A prioridade é aumentar a produção de alimentos, e para isso repartiu parcelas em usufruto, melhorou os preços aos produtores, liberou a venda de implementos agrícolas e ofereceu créditos. Mas os avanços ainda são lentos.

Também ampliou o trabalho privado, prepara as bases legais de pequenas e médias empresas estatais e cooperativas urbanas de produção e serviços e começou um processo de autonomia das indústrias estatais.

O centro de suas reformas - disse Raúl - é conservar o socialismo, razão pela qual manteve a propriedade estatal de terras, propriedades, subsolo, indústrias ou outro elemento negociado com o capital estrangeiro ou com trabalhadores privados.

Da AFP Paris