VENEZUELA MARCHA DIVIDIDA Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Domingo, 24 de Enero de 2010 12:35

Opositores do presidente venezuelano, Hugo Chávez, e partidários de seu governo, saíram hoje às ruas de Caracas em manifestações que transcorreram sem incidentes, e em um ambiente de campanha eleitoral em um ano de difíceis pleitos parlamentares.

 

Conforme fontes da oposição, milhares caminharam pelo centro em direção aos bairros gritando palavras de ordem contra Chávez e a favor que a oposição vá unida às legislativas de setembro.

 

"Chávez, estás fora do jogo" estampava os cartazes erguidos pela oposição que expressava assim a rejeição às recentes medidas do Governo, entre estas a desvalorização da moeda nacional e os cortes de luz e água diante da crise energética que passa o país rico em petróleo.

 

Os simpatizantes dos diferentes grupos de oposição, que buscam unir-se na chamada "Mesa de Unidade" diante do ano eleitoral, concluíram sem incidentes sua passeata, em meio às declarações de seus líderes com relação às eleições.

 

Atualmente, a unicameral Assembleia Nacional (AN), de 167 deputados, conta com maioria governista, já que na eleição passada a oposição não apresentou candidatos.

 

"A unidade é a garantia de vitória para as eleições legislativas de setembro, para que tenhamos um Parlamento que controle o Governo e evite que a saída de dinheiro para o exterior", disse hoje o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma.

 

Por sua vez, Julio Borges, coordenador do partido opositor Primeiro Justiça afirmou: "estamos em um ano de mudança, um ano no qual podemos virar o omelete".

 

"A partir de hoje temos que ter uma ideia clara para todos: 2010 é o ano da mudança. Vamos mudar com o voto esta ditadura ineficiente", acrescentou Borges.

 

O governador do estado Miranda, Henrique Capriles, do mesmo partido que Borges, disse que "as mudanças virão quando cada um trabalhar para alcançá-las".

 

"Chegará o dia em que estas duas mobilizações se encontrarão", manifestou.

 

Pouco após concluir a manifestação opositora em um extremo de Caracas, Chávez chegava à concentração governista no centro da cidade, ovacionado pelos partidários.

 

A bordo de um caminhão e acompanhado por suas filhas, o líder venezuelano, vestido de vermelho - cor do "chavismo" - da mesma forma que a grande maioria de seus partidários, acudiu a uma praça, próxima ao Palácio presidencial de Miraflores, onde terminava a passeata convocada pelo Governo.

 

Logo após iniciar seu discurso, Chávez ordenou a todos os canais de televisão entraram em "cadeia nacional" por um minuto, que depois se prolongou por mais de cinco, para clamar pela unidade dos que apóiam a chamada revolução bolivariana que lidera e para mostrar uma suposta superioridade numérica na concentração.

 

"Começou uma campanha admirável, oligarcas tremam, viva a alegria patriótica. Anunciamos que o povo está na rua, as ruas são do povo e não da oligarquia", bradou o governante.

 

Chávez pediu a unidade de todos e fez um chamado a jovens, mulheres, trabalhadores, profissionais, intelectuais e militares para que sigam trabalhando na construção do socialismo.

 

Terminada a cadeia obrigatória, o presidente continuou seu discurso por mais duas horas e meia, durante as quais criticou "o império", em alusão aos Estados Unidos, e defendeu a política de seu Governo.

 

"Vamos seguir construindo a pátria boa", afirmou o presidente, quem reiterou o compromisso de lutar contra a pobreza e a delinquência, e melhorar as condições dos trabalhadores venezuelanos.

 

"O ano 2010 começa com uma batalha", disse Chávez, quem voltou a desafiar "os esquálidos", como chama à oposição, a que "chamem um referendo".

 

Há pouco mais de uma semana, o presidente venezuelano, que superou um referendo em agosto de 2004, já desafiou à oposição a tentar tirá-lo do Governo com outra medida do tipo.

 

Os porta-vozes opositores negaram que pretendam convocar essa consulta e disseram que Chávez insiste nisso para desviar a atenção dos problemas econômicos e sociais, que atribuem à ineficiência do Governo. EFE

 

Última actualización el Domingo, 24 de Enero de 2010 12:46