O governo dos Estados Unidos considerou como “inadequada” a postura da Venezuela na luta contra o narcotráfico e classificou como “fracasso” a cooperação da Bolívia. As impressões americanas foram expressas através do relatório anual do Departamento de Estado, divulgado nesta quinta-feira (3). O documento ainda destaca a “agressiva” política do México e os “importantes avanços” da Colômbia na luta contra o tráfico internacional de drogas. Apesar das críticas ao governo venezuelano, que os EUA consideraram “limitar-se a discursos”, o documento afirma que a administração Obama espera obter maior colaboração de Chávez. O Departamento de Estado americano publica este relatório anualmente, sempre no mês de março. Agora o presidente Barack Obama deverá analisar a cooperação internacional dos países relacionados na luta contra o narcotráfico, para determinar a ajuda financeira que cada um destes países receberá dos EUA no ano seguinte. No caso da Venezuela, Obama determinou em 2010, pelo quinto ano consecutivo, que o país “fracassou”. A Bolívia também recebeu a mesma avaliação pelo terceiro ano seguido.
Exército venezuelano estaria envolvido com narcotráfico O relatório publicado nesta quinta-feira insiste que os EUA continuam dispostos a “aprofundar a colaboração com a Venezuela” para conter o “fluxo de drogas ilegais que passam pelo território”. O documento menciona que grupos ilegais armados da Colômbia, como as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), têm transportado e distribuído drogas no país, e exibe informações da imprensa local que sugerem que alguns agentes das forças de segurança venezuelanas estariam envolvidos com grupos ligados ao narcotráfico. De fato, o relatório indica que a corrupção parece ter contribuído para que essas organizações utilizassem o território venezuelano como rota de passagem em 2010. A Venezuela continua sendo uma rota importante para o tráfico de cocaína, dizem os EUA, que calculam que 250 toneladas de cocaína transitem por ano no país. Produção de cocaína boliviana cresceu 36% Quanto à Bolívia, o terceiro produtor de cocaína do mundo, o relatório reitera que o governo obteve um “fracasso manifesto em seus esforços para cumprir obrigações" internacionais de combate ao narcotráfico. O documento ainda aponta que uma nova lei provavelmente permitirá o cultivo legal de 8.000 hectares a mais de coca no país. Os EUA consideraram que, apesar da Bolívia exceder o objetivo mínimo de erradicação e apreensões, o esforço geral “não está ajustado às suas obrigações” com a comunidade internacional. De fato, o potencial de produção de cocaína no país andino cresceu 70% entre 2006 e 2009 e os cultivos aumentaram 36%, para 35 mil hectares nesse período.
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