Dilma Rousseff e a política com Cuba Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Domingo, 09 de Enero de 2011 13:28

BRASÍLIA - Ao passar pela China, seguindo o princípio de não intervenção em assuntos internos, a presidente Dilma Rousseff deve se esquivar, caso seja perguntada sobre a situação dos direitos humanos naquele país, para fugir de uma gafe. Mas não tentará agradar a ninguém e, dificilmente, oficializará a economia chinesa como de mercado. (Leia também: Política externa no governo Dilma dará ênfase aos direitos humanos )

Outro tema delicado é Cuba. Segundo fonte de governo, deve-se evitar o que aconteceu quando o ex-presidente Lula falou sobre prisioneiros políticos cubanos que estavam em greve de fome. Em visita a Havana, além de nada ter feito para interromper o dramático processo que culminou com a morte de Orlando Zapata, opositor dos irmãos Fidel e Raúl Castro, o ex-presidente do Brasil declarou: "Imagine se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade". Dilma não diria isso, acreditam seus auxiliares.

A presidente também gostaria de ajudar em uma negociação para a paz duradoura no Oriente Médio. Mas isso só será passado por sutis recados diplomáticos. Ninguém espere que Dilma vá direto a Israel e aos territórios palestinos para tratar do assunto, como fez Lula.

- A presidente será mais cautelosa. Jamais ela fará declarações mais impulsivas, que podem levá-la ao erro - disse um integrante da equipe de Dilma.

Presidente começa agenda internacional pela Argentina

Dilma inaugura sua agenda internacional no fim deste mês, com uma viagem a Buenos Aires. A escolha da Argentina é simbólica e com forte apelo histórico. O encontro com a presidente argentina Cristina Kirchner começa a ser preparado nesta segunda-feira por Patriota, que já embarcou para o país vizinho.

A presidente deve passar por Montevidéu, no Uruguai, e, logo nos primeiros dias de fevereiro, por Assunção, no Paraguai. Segundo um graduado diplomata, a presidente pretende deixar claro a Uruguai e Paraguai, tidos como sócios menores do Mercosul, que está comprometidíssima com integração na América do Sul e que e isso começa com os vizinhos do Cone Sul.

Os contatos com Cristina Kirchner, o uruguaio José Mujica e o paraguaio Fernando Lugo serão breves. Dilma estará se preparando para seu primeiro grande encontro com os líderes sul-americanos, que se reunirão no dia 17 de fevereiro, no Peru, num encontro de cúpula com os chefes de Estado de países árabes. Integração, defesa da democracia e cooperação são pontos a serem abordados por ela em seu esperado primeiro discurso em reunião de cúpula.

Pessoas próximas a Dilma revelam que, após o rápido giro na América do Sul, Dilma irá a Washington em março. A visita à China está programada informalmente para abril. Os chineses são os maiores parceiros comerciais do Brasil, seguidos pelos americanos.