Brasil e Cuba estreitam laços em cúpula que uniu o Sul Global; países assinam acordo de tecnologia em saúde. Da dívida de Cuba com Brasil, nada Imprimir
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Lunes, 25 de Septiembre de 2023 15:46

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve reunião bilateral com o presidente cubano Miguel Díaz-Canel, neste sábado (16). O encontro ocorreu ao final da Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do Grupo dos 77 (G77) e da China.


A reunião ocorreu no Palácio da Revolução - sede da presidência cubana - e durou pouco mais de uma hora. Este é o terceiro encontro entre os dois presidentes neste ano. O primeiro foi na cúpula da Celac em janeiro. O segundo encontro foi em Paris, em junho, depois que os dois presidentes visitaram o Papa Francisco.

 

Durante a reunião, foram discutidas questões relacionadas à agenda bilateral e regional. Também foram assinados acordos de cooperação que "ampliarão o intercâmbio de tecnologias entre os dois países", de acordo com o governo, que acrescentou que esses entendimentos "simbolizam a retomada das relações diplomáticas entre Brasil e Cuba, que haviam sido abandonadas nos últimos anos".

Essa é a primeira viagem oficial de um presidente brasileiro a Cuba em nove anos. A delegação oficial que viajou a Cuba incluiu os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Nísia Trindade (Saúde), entre outros. 

Após a reunião, e antes de viajar para Nova York, onde o presidente participará da Assembleia Geral das Nações Unidas, Lula aproveitou a oportunidade para visitar Raúl Castro, líder histórico da Revolução Cubana. O encontro foi realizado na casa do ex-presidente e durou cerca de 30 minutos.

Brasil e Cuba desenvolverão medicamentos em conjunto

Na área da saúde, foi assinado um protocolo de cooperação que prevê o intercâmbio de tecnologias e conhecimentos. O protocolo contempla uma série de temas, tais como: doenças crônicas, desenvolvimento de vacinas, biotecnologia e biodiversidade, doenças transmissíveis etc. Dessa forma, além do desenvolvimento de produtos inovadores, os países buscam a promoção de parcerias públicas e público-privadas.

Além disso, está prevista uma parceria entre instituições estatais de ambos os países – a brasileira Fiocruz e a cubana Biofarma. Dessa forma, dois medicamentos desenvolvidos em Cuba serão transferidos para a produção nacional: o NeuroEpo, usado para retardar os efeitos do mal de Alzheimer e a Eritropoietina, usada para tratar anemia decorrente de insuficiência renal. Também é usada para tratar leucemia e outras doenças.

"A importância desse acordo é que o Brasil se beneficia do conhecimento de ponta que Cuba desenvolveu em anos de investimento nessa área", explicou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. "Nesse desenvolvimento conjunto, o Brasil traz sua experiência em pesquisa clínica e sua capacidade de produção em escala, em laboratórios públicos e privados".

Além disso, foram assinados mais dois acordos. Na área de Ciência e Tecnologia, foi acordada a retomada da cooperação iniciada em 2002. Foram definidos como prioritários os temas relacionados à biotecnologia, energias renováveis, soberania e segurança alimentar, entre outros.

Na área agrícola, também foram definidas iniciativas de intercâmbio e cooperação tecnológica. Isso é particularmente benéfico para Cuba, que viu sua capacidade de produção de alimentos diminuir nos últimos anos.


Ministra da Saúde, Nísia Trindade assina acordo de cooperação com Cuba / Foto: Ricardo Stuckert/PR

BRASIL DE FATO

Última actualización el Jueves, 02 de Noviembre de 2023 13:50