Estados Unidos transmitem preocupação a Cuba por suposta instalação de base espiã chinesa; Havana nega Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Miércoles, 14 de Junio de 2023 12:49

Os Estados Unidos transmitiram nos últimos dias suas preocupações formais a Cuba, país cuja economia é estrangulada pela política de embargo comercial adotada por Washington há 61 anos. As reticências do governo do presidente Joe Biden, confirmadas à imprensa, dizem respeito à possível existência de uma base de espionagem chinesa no território cubano, a 150 km da costa da Flórida.


O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano, John Kirby, comentou brevemente o assunto, novo capítulo das tensões sino-americanas, durante suas declarações diárias à imprensa. Sem dar mais detalhes, ele disse: “Transmitimos nossas preocupações”, afirmou.

 

Na quinta-feira (8), o jornal americano Wall Street Journal publicou uma reportagem afirmando que Cuba havia chegado a um acordo com a China para a instalação de bases de espionagem do país asiático em seu território. De acordo com a reportagem, que citava fontes anônimas no governo americano, Pequim teria concordado em pagar bilhões a Havana, com os chineses criando um novo desafio geopolítico para os americanos.

Na sexta (9), contudo, Kirby disse que a reportagem “não era exata”. No sábado, a Casa Branca derrubou o sigilo de uma informação indicando que já há uma base chinesa em solo cubano desde 2019, quando Donald Trump era presidente e reverteu a política do seu antecessor, Barack Obama, de uma reaproximação com o país vizinho.

“Esse não é um novo passo que a China deu para ter capacidade de receber dados de inteligência em Cuba e, francamente, no resto do Hemisfério Ocidental. Desde o primeiro momento deste governo temos levado esse assunto a sério. Demos passos para reduzir a vulnerabilidade dessas atividades e vamos continuar a fazer isso”, disse Kirby.

As informações sobre o tamanho da base ou sua atuação são uma incógnita, e tanto chineses quanto cubanos negam que ela exista — ou que haja planos para construí-la. Segundo ambos, os americanos tentam apenas prejudicar seus países com informações falsas.

Similarmente a Kirby, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse na segunda que os passos chineses em Cuba são parte de um esforço de Pequim para aumentar sua presença global. De acordo com o chefe da diplomacia americana, a Casa Branca tomou medidas para lidar com a questão desde que Biden chegou ao poder, e suas ações geraram “resultados” que “debilitaram este esforço”. Ele, contudo, não os identificou.

As informações sobre a suposta base vieram à tona quando Washington e Pequim tomavam algumas medidas para tentar facilitar seu relacionamento. Após uma reunião em Viena no mês passado entre os conselheiros de Segurança Nacional dos respectivos governos, Jake Sullivan e Wang Yi, o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, visitou os Estados Unidos. Na semana passada, funcionários do Departamento de Estado e do Conselho de Segurança Nacional foram à China.

Nos próximos dias, quem deve viajar para a China é Blinken, finalmente realizando a viagem que havia planejado em fevereiro. O encontro estava previsto para fevereiro, mas foi suspenso em meio ao imbróglio dos balões chineses nos EUA — os americanos afirmam se tratar de um artefato de espionagem e os chineses, de pesquisa.

Kirby descartou que as informações sobre a suposta base inviabilizem as tentativas de melhorar o relacionamento bilateral: apesar de reconhecer que “a relação com a China está tensa no momento”, afirmou que “nada mudou no fato de o presidente querer manter as linhas de comunicação abertas. Segundo ele, se não houver diálogo, incidentes entre os dois países podem gerar uma crise com sérias consequências não intencionais.

Nas últimas duas semanas, por exemplo, houve dois confrontos entre patrulhas dos dois países no Estreito de Taiwan e no Mar do Sul da China. Na segunda, os americanos adicionaram 43 entidades, entre elas 31 chinesas, em uma lista de controle de exportações para o treinamento de soldados de Pequim e outras atividades militares que possivelmente contrariem os interesses dos EUA.

O porta-voz da Chancelaria chinesa, Wang Wenbin, disse que os americanos estão abusando de seu poder ao repetir incansavelmente declarações preocupadas com a segurança nacional, chamando o fenômeno de “histeria”. Em tom similar, comentarista políticos chineses filiados à imprensa estatal demonstraram seu descontentamento:

“Todas as vezes que eles dizem que querem se encontrar, os Estados Unidos fazem uma atuação e criam a falsa ilusão de que estão ansiosos para se comunicar enquanto, ao mesmo tempo, repetidamente testam e provocam os princípios fundamentais chineses.

OSUL.COM.BR

Última actualización el Martes, 27 de Junio de 2023 15:02