O DITADOR CUBANO DIZ QUE "ESTAVA MORTO E RESSUSCITOU" Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Lunes, 30 de Agosto de 2010 20:49

Cidade do México, 30 ago Agências -- O ditador de Cuba Fidel Castro afirmou que, após a grave doença que o manteve convalescente durante quatro anos, e disse "haver estado morto", mas, "ressuscitou" num "mundo de loucos", numa entrevista ao diário mexicano La Jornada divulgada hoje.

O líder cubano deu uma entrevista de cinco horas à jornalista e diretora do jornal, Carmen Lira, a primeira a um órgão de comunicação estrangeiro desde a sua reaparição pública há cerca de 40 dias.

 

Fidel Castro afirmou ter ressuscitado da sua doença em "um mundo de loucos", mas que não "queria perder por nada", segundo relatou em entrevista publicada hoje, na ilha caribenha.
Ao jornal mexicano La Jornada, o líder político de 84 anos admitiu que esteve "quatro anos entre a vida e a morte", desde que as suas condições de saúde fizeram com que deixasse de aparecer em público em 2006 e, dois anos, depois entregasse o governo oficialmente ao irmão Raúl.
"Era um entrar e sair da sala do centro cirúrgico, entubado, a receber alimentos através de veias e cateteres e com perdas frequentes de conhecimento", relatou. "Cheguei a estar morto", completou o ex-presidente na entrevista, publicada na ilha pelo site Cubadebate.
"Hoje faz 40 dias que Fidel Castro reapareceu em público de maneira definitiva, ao menos sem perigo aparente de recaída", segundo o texto escrito pela jornalista Carmen Lira.
"Em clima descontraído e quando tudo faz pensar que a tormenta passou, o homem mais importante da Revolução de Cuba está vistoso, ainda que não domine de todo os movimentos das pernas", acrescentou.
Fidel disse que perguntou várias vezes se os seus médicos o deixariam viver nessas condições ou se lhe permitiriam morrer. "Estendido naquela cama, só olhava ao meu redor, ignorante de todos os aparatos. Desconhecia quanto tempo duraria esse tormento e a única coisa que tinha esperança é que o mundo parasse para que não perdesse nada", continuou.
O ex-presidente comentou, sorrindo, ter "ressuscitado" em "um mundo que aparece todos os dias na televisão, nos jornais, e que não há quem entenda, mas que não queria perder por nada".
"Não quero estar ausente nesses dias. O mundo está na fase mais interessante e perigosa da sua existência e eu estou bastante comprometido com o que vai passar", disse.
Na entrevista, o cubano também exortou a internet, dizendo que ela "colocou nas nossas mãos a possibilidade de nos comunicarmos com o mundo" e que "estamos diante da arma mais poderosa que existiu, que é a comunicação".
Sobre as más condições de infra-estrutura da rede na ilha caribenha, Fidel culpou os Estados Unidos, que se negam a dar acesso através de um cabo submarino de fibra óptica, o que faz com que o país baixa o sinal de um satélite, encarecendo o serviço e impedindo uma maior largura de banda.
"Por essas razões o governo cubano dá prioridade para se conectar não a quem pode pagar pelo custo, mas aos que precisam dele, como médicos, académicos, jornalistas, profissionais, membros do governo e clubes de internet de uso social", explicou.


Última actualización el Viernes, 03 de Septiembre de 2010 20:36