Protestos no Irã após derrubada de avião ucraniano continuam: 'Clérigos, sumam daqui' |
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Martes, 14 de Enero de 2020 05:15 |
Manifestantes voltaram às ruas do Irã nesta segunda-feira (13), no terceiro dia de protestos contra o governo local após as autoridades reconheceram que derrubaram equivocadamente um avião de passageiros da Ucrânia — desastre que terminou na morte de 176 pessoas. Policiais entraram em confronto com os manifestantes, mas não há dados consolidados sobre a repressão: há restrições aos veículos de imprensa independentes do governo iraniano. Porém, imagens divulgadas durante o fim de semana mostraram ruas cheias e sons de tiros.
Vídeos mostraram centenas de manifestantes em Teerã, capital iraniana, e na cidade de Isfahan. Segundo a agência Reuters, os ativistas gritavam palavras de ordem contra o regime religioso islâmico: "Clérigos, fora daqui!". Foto de sábado divulgada nesta terça-feira (13) mostra policiais em formação para conter manifestantes contra o governo do Irã em Teerã após derrubada de avião ucraniano — Foto: AP Photo A nova onda de protestos se intensificou no Irã com a queda do Boeing 737 da Ukraine International Airlines, que o próprio governo iraniano reconheceu ter derrubado por acidente com um míssil anti-aéreo em meio ao alerta após conduzir ataques de mísseis contra alvos dos Estados Unidos no Iraque — ação para retaliar a morte do general iraniano Qassem Soleimani.
As autoridades relutavam em reconhecer a culpa no desastre, mas voltaram atrás. A comoção popular gerou novas manifestações pelo país.
Imagens dos protestos no fim de semana mostraram pessoas feridas sendo carregadas e poças de sangue pelo chão. Tiros podiam ser ouvidos, embora a polícia negue que tenha aberto fogo contra os manifestantes. Segundo a agência Associated Press, uma mulher chegou a ser baleada na perna. Irã sob pressãoManifestantes protestam contra regime do Irã em Londres, no Reino Unido, nesta segunda-feira (13) — Foto: Henry Nicholls/Reuters As manifestações são a última reviravolta em um dos maiores e mais sérios aumentos de tensão entre os Estados Unidos e o Irã desde a Revolução Islâmica Iraniana em 1979. O presidente dos EUA, Donald Trump, que ordenou o ataque em 3 de janeiro que matou o general Soleimani, tuitou aos líderes da República Islâmica: "Não matem seus manifestantes".
O porta-voz do governo iraniano rejeitou os comentários de Trump dizendo que os iranianos estavam sofrendo por conta de suas ações e que eles lembrariam que ele ordenou o assassinato de Soleimani. Parte do Boeing 737 que caiu logo após a decolagem em Teerã, no Irã — Foto: Reprodução/Reuters Cinco países cujos cidadãos morreram no acidente, que matou as 176 pessoas a bordo, se encontrarão em Londres na próxima quinta-feira para discutir possíveis ações legais, disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia à Reuters. Entre os cinco está o Canadá, que tinha pelo menos 67 cidadãos detentores do passaporte canadense no vôo, muitos deles estudantes iranianos-canadenses e acadêmicos que voltavam para casa após viagens de final de ano.
G1 GLOBO |
Última actualización el Sábado, 18 de Enero de 2020 20:12 |