Com eleição presidencial e disputa decisiva na Copa contra o Brasil, México viverá 24 horas eletrizantes

Já imaginou se a seleção brasileira tivesse uma partida decisiva na Copa menos de 24 horas após a eleição para presidente? Haja coração, amigo.

O México passará por essas duas experiências de grande mobilização popular num período tão curto a partir da manhã de domingo (1º), quando começam as eleições gerais que definirão o novo presidente do país, além de governadores, legisladores federais e milhares de outros cargos eletivos locais.

No dia seguinte, provavelmente pela manhã, se saberá quem é o novo mandatário do país -- o favorito nas pesquisas é o candidato de esquerda Andrés Manuel López Obrador. Mas ao amanhecer a segunda-feira, os mexicanos terão pouco tempo para se preocupar com os resultados da eleição, já que terão de se concentrar no confronto de sua seleção, conhecida como "El Tricolor", com o Brasil, pelas oitavas de final da Copa.

A apaixonada torcida mexicana promete fazer muita festa, a julgar pela multidão que foi até a embaixada da Coreia do Sul na Cidade do México para agradecer pela eliminação da Alemanha na primeira fase. Se a festa continua continuará após o confronto com os brasileiros, só o tempo dirá.

Segundo pesquisa publicada na quarta-feira, López Obrador tem 24 pontos de vantagem sobre o adversário mais próximo na disputa presidencial do México, o conservador Ricardo Anaya.

O ex-prefeito da Cidade do México, que disputa a presidência do país pela terceira vez, obteve 51% das intenções de voto, enquanto Anaya, candidato de uma coalizão formada pela legenda de direita Partido Ação Nacional (PAN) e pela sigla de esquerda Partido da Revolução Democrática (PRD), recebeu 27% das intenções de voto.

Ao encerrar sua campanha nesta quarta (27), López Obrador se comprometeu a acabar com a corrupção e a pacificar o país assolado pela violência, em um abrangente discurso em um estádio lotado.

Crítico da elite governista, López Obrador pode se tornar o primeiro presidente de esquerda do México em décadas, rompendo o controle do governista Partido Revolucionário Institucional (PRI) e de seus adversários conservadores.

Combinando promessas de campanha com um panorama da história política do México, López Obrador prometeu um governo "radical" que irá acabar com privilégios, erradicar a impunidade e encher o país de "autoridade moral".

"O país será limpo", disse López Obrador no maior estádio de futebol do México, com seus 87 mil assentos quase lotados.

Fim da campanha