Por que cada vez mais líderes ocidentais estão se inspirando em Vladimir Putin? Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Sábado, 25 de Febrero de 2017 13:51

A insistência do presidente Donald Trump em estabelecer melhores relações com a Rússia ameaça revolucionar a política externa dos Estados Unidos.


A aproximação de Trump com Vladimir Putin chocou quase todas as autoridades envolvidas em política externa em Washington. Mas o novo presidente americano não está sozinho. Essa disposição agora é compartilhada por políticos na França, na Itália, na Hungria, na República Checa e em outros países. E nem todos eles são de extrema-direita.

 

Também não é possível que todos eles sejam agentes do Kremlin - uma acusação que foi feita a Trump e a membros de sua equipe. Então por que tantos são atraídos por Putin no Ocidente?

A favor da distensão

Há tempos, dois políticos - um americano e outro russo - deram-se as mãos sobre a mesa de um bar e começaram uma queda de braço.

O duelo terminou rapidamente, e o vencedor foi o então vice-prefeito de São Petersburgo, um homem que aumentara a sua força física depois de anos lutando judô: Vladimir Putin.

Poucos fora da Rússia tinham ouvido falar dele. Cinco anos mais tarde, no entanto, ele se tornaria presidente.

O deputado republicano Dana Rohrabacher ainda ri quando se lembra do breve duelo com Putin em 1995, quando o então vice-prefeito russo fez uma visita aos Estados Unidos com uma delegação oficial.

Desde então, Rohrabacher não voltou a encontrar Putin. Mas ele tem sido a voz mais consistente em Washington a favor de uma distensão nas relações com a Rússia. Mesmo que faça parte de uma minoria.

"Não vejo Putin como um bom rapaz, o vejo como um cara mau. Mas nem todos os bandidos do mundo são inimigos que devemos derrotar", diz.

"Há muitas áreas em que poderíamos tornar o mundo melhor se trabalhássemos juntos, em vez de bombardear constantemente qualquer coisa que os russos tentam fazer", continua.

Rohrabacher não aprova a ação de hackers russos durante a campanha eleitoral americana ou as incursões militares do Kremlin na Ucrânia.

Mas ele acredita que a Rússia é vítima de uma política de dois pesos e duas medidas do Ocidente.

E essa é uma visão compartilhada por alguns especialistas ocidentais sobre a Rússia, embora a grande maioria ressalte o quanto o país tornou-se agressivo sob a presidência de Putin.

Richard Sakwa, professor de política russa e europeia na Universidade de Kent, na Inglaterra, faz parte da minoria dos que defendem uma aproximação com o Kremlin.

"Vivemos em uma caixa de ressonância que só ouve a si mesma. A ideia de 'agressão russa' é repetida incansavelmente sem que se pense a respeito", afirma.

"Quando se trata de nossos interesses nacionais, é bom. Mas, quando a Rússia tenta defender os seus interesses, é ilegítimo, é agressivo e perigoso para o resto do mundo."

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Última actualización el Miércoles, 01 de Marzo de 2017 11:35