A "nova" Havana, segundo a bloguer mais famosa de Cuba Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Martes, 18 de Agosto de 2015 12:26

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Yoani Sánchez, bloguer cubana que ja visitou Brasil, é o nome forte entre os dissidentes anti-regime da nova geração.  A ativista vigiada e perseguida alimenta desde 2007 o blogue Generation Y, onde exerce o direito que Fidel e Raul Castro lhe recusaram: a liberdade de expressão. Online, pôs durante anos o dedo na ferida e teceu críticas duras ao regime, apontando as mazelas e incongruências de um sistema que caía de podre com o passar do tempo. Uma voz lúcida e cosmopolita numa Havana parada no tempo, foi eleita em 2008 pela Time uma das 100 personalidades mais influentes do mundo. Aos 39 anos, Yoani Sánchez testemunhou agora o que chegou a pensar ser impossível. Esteve presente na reabertura da embaixada norte-americana naquele país, no passado dia 14.

 

Para Yoani, que chegou a enviar cartas a Obama com questões para ultrapassar o diferendo que há décadas dividia os dois países, "foi um momento histórico, um ponto de inflexão fundamental". Foi uma das poucas personalidades convidadas para reunir com John Kerry à porta fechada, numa conversa com ativistas cubanos de várias tendências, onde estiveram também presentes Berta Soler, líder do movimento Damas de Branco, e Elizardo Sánchez, da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional.

Os americanos são ou não são o inimigo, é a pergunta legítima que muitos cubanos colocam agora, diz Sánchez. "Todos aqueles que viveram uma juventude marcada por uma paranóia constante em relação ao país do outro lado do Estreito da Florida" assistem nestes dias - entre o espanto e a euforia - à profusão de bandeiras dos Estados Unidos um pouco por toda a parte, e que Sánchez tem divulgado ao mundo através do Twitter , onde tem mais de 675 mil seguidores (ver fotogaleria).

"Um conflito de eras decorre em Cuba - é uma colisão entre dois países: um que esteve encalhado na metade do século XX, e outro que está a empurrá-lo para a frente. São duas ilhas que se afrontam, mas é algo que tem de acontecer. Sabemos, pelas leis da biologia e do Kronos, qual dos dois vai prevalecer. Mas neste momento estão em colisão frontal e arrastam-nos a todos entre as forças opostas", escreveu Yoani Sánchez num texto publicado na Atlantic.

O "verão intenso de 2015", como Yoani lhe chama, tem sido de facto quente em Havana. Antes da reabertura da embaixada americana, a cidade foi limpa de propaganda e slogans anti-imperialistas onde o Tio Sam era alvo predileto. Mas para acalmar os ânimos numa altura em que os olhos do mundo estão virados para a ilha, foram também silenciados diversos potenciais contestatários. Segundo o  Observatório Cubano dos Direitos Humano, ocorreram 630 detenções arbitrárias em Cuba durante o mês de julho, naquele que foi o pior mês do ano para os opositores e ativistas naquele país. Em Agosto a contagem já somava mais 145 detidos.



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Última actualización el Martes, 25 de Agosto de 2015 12:22