Raúl Castro pede fim do "bloqueio" (embargo) americano a Cuba Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Jueves, 29 de Enero de 2015 14:04

O presidente cubano, Raúl Castro, exigiu nesta quarta-feira que os Estados Unidos suspendam o bloqueio contra Cuba para normalizar as relações, no primeiro encontro com seus colegas da Celac após o histórico anúncio da reaproximação entre os dois países.

BELÉN (COSTA RICA), 28/01/2015.- EFE/Roberto Sánchez/Cortesía Presidencia de Costa Rica/SOLO USO EDITORIAL

— O restabelecimento das relações diplomáticas é o início de um processo de normalização das relações bilaterais, mas esta não será possível enquanto existir o bloqueio — discursou Castro, na 3ª Cúpula da Comunidade de Estados da América Latina e do Caribe (Celac), em Belén, 15 km a oeste da capital San José.

 

Embora a pobreza seja tema oficial da cúpula, Cuba centraliza a atenção internacional. Raúl Castro tem seu primeiro encontro com seus colegas latino-americanos desde o histórico anúncio de 17 de dezembro sobre a reconciliação entre Cuba e Estados Unidos, depois de meio século de hostilidades.

Quais os ganhos e as perdas para o Brasil na reaproximação entre Cuba e os EUA
Por que Cuba é um destino obrigatório para suas próximas férias

O cubano classificou o embargo como "o problema principal" que "não teve resultados" e que "deve acabar", lembrando outras demandas da ilha, como a retirada da lista norte-americana de patrocinadores do terrorismo, a devolução do território de Guantánamo e mudanças nas normas migratórias dos EUA.

Castro reconheceu o pedido, feito na semana passada pelo presidente Barack Obama, para que o Congresso suspenda o embargo vigente desde 1962, e pediu que ele use suas "amplas capacidades executivas para modificar substancialmente a aplicação do bloqueio".

Recentemente, Washington anunciou mudanças para flexibilizar as restrições a viagens de americanos a Cuba e o intercâmbio comercial, mas a maior parte das sanções pode ser suspensa apenas pelo Congresso.

Um lugar em Cuba onde o regime é impenetrável
Reaproximação entre Cuba e EUA tende a esvaziar discursos ideológicos mais inflamados

Foco sobre Obama e Castro

Uma das 25 declarações especiais que sairão da Costa Rica condenará o embargo mantido pelos Estados Unidos contra Cuba desde 1962, como tem feito a Celac desde que foi criada.

— Basta do bloqueio criminoso a Cuba, que atenta contra toda a carta da OEA, atenta contra a Carta fundamental das Nações Unidas, atenta contra o Direito Internacional e contra todos os princípios que seus discursos dizem defender — declarou o presidente do Equador, Rafal Correa, que recebe a presidência do bloco nesta quinta-feira.

— Não tenho dúvida de que a Celac foi um catalisador desse processo. Foram necessários coragem e senso de responsabilidade histórica por parte dos presidentes Raúl Castro e Barack Obama para dar esse importante passo — destacou a presidente Dilma Rousseff.

— Isso que chamam de bloqueio é uma perseguição criminosa contra o povo de Cuba. Embora seja correto (dizer) que foi dado um passo fundamental pelo presidente Obama ainda falta muito caminho para andar — avaliou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Em seu discurso, Raúl Castro agradeceu o apoio da Celac contra o bloqueio e reiterou seu desejo de assistir à Cúpula das Américas, em 10 e 11 de abril.

ZERO HORAS

Última actualización el Domingo, 01 de Febrero de 2015 00:21