Balanço divulgado, nesta segunda-feira, 30, pelo Ministério da Saúde atribuiu ao programa Mais Médicos o aumento no número de atendimentos nas unidades de Saúde de Rio Preto e região, em janeiro deste ano. No entanto, nenhum dos profissionais do programa do governo federal atuava na região nesse período. Os médicos começaram a chegar à região em março.

Em Rio Preto, cinco médicos cubanos, quatro brasileiros e um italiano chegaram entre abril e junho deste ano. Eles estão atuando em sete UBSs da cidade e no distrito de Talhado. A Secretaria de Saúde informou que nenhum dado foi solicitado em relação ao número de atendimentos realizados pelos médicos.

Durante o seminário “Mais Médicos para o Brasil, Mais Saúde para os Brasileiros”, o diretor de atenção básica do Ministério da Saúde, Eduardo Alves Melo, insistiu no comparativo no número de atendimentos de janeiro de 2013 com janeiro deste ano. Um dos destaques foi o crescimento de 103% no número de atendimentos a diabéticos nas unidades básicas de saúde de 55 municípios da região, que receberam médicos pelo programa. São 135 no total.

O Ministério da Saúde informou também que houve um aumento de 78,5% no total de atendimentos a pacientes com hipertensão arterial e de 15,8% no número de consultas de demanda imediata. “Isso demonstra uma melhora no acesso ao atendimento e acompanhamento de pacientes com doenças crônicas, ainda mais que a maioria da população da região é idosa. Além do mais, a maioria das cidades é pequena e a presença desses médicos é muito importante”, disse Melo.

O diretor afirmou que a meta do programa atingiu 100% na região. “Estamos apresentando uma prestação de contas aos municípios que aderiram ao programa, que já existe há dez meses. Neste momento, o Ministério da Saúde se preocupa em fortalecer os Mais Médicos junto aos municípios e estados, para que a população seja ainda mais beneficiada.”

Após o fim da apresentação do diretor Melo, a reportagem descobriu a comparação inadequada e entrou em contato com o Ministério da Saúde. A assessoria de imprensa se limitou a afirmar que houve “alguns problemas de comparação de dados em alguns Estados”, mas não soube detalhar. Até o fechamento desta edição, às 21 horas, o Ministério da Saúde não se manifestou sobre a divulgação feita em Rio Preto.

Secretário admite melhoria

Dados falsos e comparações equivocadas à parte, o secretário municipal de Saúde, José Victor Maniglia, afirma que a vinda dos médicos, por meio do programa, aumentou o número de consultas. “Eles atendem uma média de 16 consultas cada um, por dia de trabalho. O que resulta em 160 pacientes no fim do expediente. Mesmo assim, ainda se existe uma dificuldade para contratar médicos especialistas, como psiquiatras.”

Outros secretários presentes ao encontro em Rio Preto também elogiaram o programa. A secretária de Saúde de Américo de Campos, Nilmara Cristina de Castro Machado de Oliveira, afirma que a saúde da cidade melhorou com a vinda de dois médicos cubanos para o município. “Nós conseguimos implantar um programa Saúde da Família em nossa única unidade de saúde, que funciona 24h. Estamos até construindo uma outra unidade de saúde para melhorar o atendimento.”

O cubano Fredy Marrero Jaramello, 45 anos, já se acostumou com a demanda de atendimento em Turmalina. “A saúde da região não é diferente da de Cuba. As pessoas precisam de atenção e de um trabalho de prevenção. A cidade tem um saúde boa, apesar do seu tamanho.”

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