Fidel Castro sabia que Kennedy seria baleado, diz ex-agente da CIA Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Viernes, 01 de Junio de 2012 09:05

O ex-líder cubano Fidel Castro sabia que o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, seria baleado em Dallas (Texas) a 22 de novembro de 1963, segundo Brian Latell, um antigo analista da CIA e especialista em Cuba, no seu livro «Castro`s Secrets. The CIA and Cuba's Intelligence Machine» (Os segredos de Castro. A máquina da Inteligência da CIA e de Cuba)

«Durante mais de 49 anos Fidel Castro mentiu sobre o que sabia sobre o assassínio do presidente Kennedy», afirmou quinta-feira Latell durante a apresentação do seu livro no centro conservador Heritage Foundation, em Washington.

Já aposentado, Latell, antigo chefe do Gabinete Nacional de Inteligência para a América Latina da CIA entre 1990-1994 que seguiu Castro desde os anos de 1960, garantiu que Fidel sabia que ocorreria um tiroteio no Texas.

Horas antes da ocorrência, o jovem agente cubano Florentino Aspillaga, encarregado de interceptar a partir da ilha as comunicações por rádio da estação da CIA em Miami e vigiar o movimento de navios norte-americanos que pudessem realizar operações clandestinas contra Castro, recebeu uma ordem pouco usual.

«Parem todos os esforços contra a CIA e concentra todas as equipas, antenas e atenção no Texas», contou Latell a partir do relato do próprio Aspillaga, que desertou em 1987 e em 2007 aceitou ser entrevistado pelo ex-analista para contar a sua história.

«Eles sabiam. Fidel sabia», disse Aspillaga a Latell. O cubano também disse que o regime tinha informação sobre Lee Harvey Oswald, autor do tiroteio.

Oswald, comunista simpatizante do regime cubano, visitou Cuba  em setembro de 1963 com a intenção de lutar pelo «tio Fidel», como lhe chamava. Segundo o autor, não há evidência que o assassino colaborasse com os serviços de inteligência cubanos, mas as autoridades ocultaram o que sabiam sobre Oswald.

Na época de Kennedy, os dois presidentes eram inimigos e Castro pensou que Washington culparia Havana pelo assassinato e invadiria a ilha em represália pelo homicídio, segundo documentos da época. «Ele sabia que iam disparar contra Kennedy naquela manhã em Dallas, e que Lee Harvey Oswald ia realizar o tiroteio. Por isso mentiu, para salvar o seu próprio pescoço», afirmou Latell.

O autor comparou as revelações de Aspillaga com entrevistas de mais de 60 agentes da CIA, do FBI e do Governo, a maioria aposentados, assim como cerca de 50 mil documentos disponíveis nos Arquivos Nacionais.

O ex-analista reconheceu que os Estados Unidos «subestimaram» os serviços secretos cubanos daquela época, que realizavam operações «muito sofisticadas», inclusivamente com diversos agentes duplos. Latell afirmou também que Fidel Castro era a cabeça dos serviços de espionagem, supervisionava determinadas operações e escolhia pessoalmente os agentes para executá-las.

Ana Montes (detida nos EUA em 2001) que trabalhava para o Pentágono e condenada a 25 anos de prisão, e Walter Kendall Myers, ex-funcionário do Departamento de Estado, detido em 2009 juntamente com a mulher, Gwendolyn, ambos septuagenários, são alguns exemplos. Todos admitiram ter espiado para Cuba durante 30 anos.