CUBA, QUE NÃO PAGA DÍVIDAS, PEDE AO BRASIL UM CRÉDITO POR 200 MILHÕES DE DÓLARES Imprimir
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Sábado, 12 de Noviembre de 2011 11:51

Por Esteban Israel.- (Reuters) Cuba pediu um crédito de 200 milhões de dólares ao Brasil para a importação de máquinas agrícolas, com as quais pretende dobrar sua produção de arroz e feijão e reduzir a dependência crônica das importações de grãos, informou nesta sexta-feira uma autoridade brasileira.

Um acordo de cooperação técnica por dois anos, que inclui um pagamento de 70 milhões de dólares para 2012, seria assinado na sexta-feira em Havana pelo ministro do Desenvolvimento Agrário do Brasil, Afonso Florence.

"Cuba está pedindo 200 milhões de dólares referentes ao quadriênio 2012-2015", disse à Reuters o chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Francesco Pierri.

Ele afirmou que o orçamento provavelmente seria aprovado pela Câmara de Comércio Exterior do Brasil.

Cuba pretende usar o apoio do Brasil, a maior economia da América Latina, para estimular a produção de arroz, feijão, milho, soja e sorgo, e criar gado, disse Pierri em entrevista por telefone de Havana.

"Cuba estima que atualmente tem uma suficiência de 50 por cento na produção de grãos e projetos. Com este programa, quer alcançar 100 por cento. São objetivos bastante ambiciosos", afirmou Pierri.

A ajuda brasileira terá como alvo os pequenos agricultores, que produzem quase 70 por cento dos alimentos em apenas 40 por cento de terra arável.

Cuba depende fortemente da importação de alimentos, valor que atinge entre 1,5 e 2 bilhões de dólares anualmente para sua economia frágil.

O presidente cubano, Raúl Castro, tem tomado iniciativas para reduzir a exposição de Cuba à volatilidade das matérias-primas, fornecendo 1,6 milhão de hectares de terras ociosas.

Segundo dados divulgados neste mês, a produção de arroz e feijão, produtos básicos da dieta cubana, aumentou nos primeiros nove meses de 2011, aparentemente revertendo um declínio de 2,5 por cento em 2010. Mas o plano de Raúl Castro entrou em choque com a falta de recursos e equipamentos.

"Cuba tem uma grande capacidade técnica. O que faltam são máquinas e é exatamente nisso que o Brasil vai ajudar para alcançar as metas de produção", disse Pierri.

A lista de equipamentos que o Brasil exportará para Cuba inclui tratores, colheitadeiras, cultivadores e sistemas de irrigação, entre outros.

O crédito agrícola aprofunda a aliança de Brasil e Cuba.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estendeu a mão ao governo comunista de Cuba ao oferecer financiamento para modernizar o porto de Mariel e outros projetos de infraestrutura. Também assinou empréstimos comerciais que levaram às lojas de Cuba alimentos e bens de consumo brasileiros.

O programa brasileiro de assistência técnica "Mais Alimentos" foi originalmente projetado para ajudar os países africanos, como Gana e Zimbábue. Sua aplicação em Cuba foi repetidamente solicitada pelo governo da ilha.

Tomado da Revista VEJA

 

CUBA TEM MUITAS DÍVIDAS VENCIDAS POR IMPAGO

Em uma reunião do conselho de ministros, Raúl Castro criticou a indisciplina e o desperdício na máquina de Estado composta por aproximadamente 3,7 mil empresas que administram a maior parte da economia de Cuba, que se baseia na agricultura e turismo.

"Na ausência de disciplina, ordem, controle e consistência muitas vezes se amparam no desperdício e negligência que ameaçam hoje nosso desenvolvimento econômico e social", disse Raúl no conselho de ministros do último sábado, segundo o Granma.

O líder cubano declarou que a "situação atual de dívidas vencidas coloca o sistema empresarial em uma situação muito tensa". "Muitos dos problemas atuais da nossa economia são causados pela falta de respeito que prevalece na relação contratual estabelecida entre as nossas empresas e organizações", disse.

Desde que substituiu em 2008 seu irmão Fidel Castro como presidente da ilha, Raúl lançou uma cruzada contra a corrupção e para tornar o sistema econômico socialista mais eficiente.

Durante sua gestão, ele tomou medidas para impulsionar a agricultura e, mais recentemente, revelou um plano de mais de 300 reformas, que incluem dar maior autonomia às empresas estatais para tentar reverter anos de mau funcionamento e falta de rentabilidade.

Reuters

Última actualización el Sábado, 12 de Noviembre de 2011 12:43