OS ARTISTAS CUBANO-AMERICANOS, GLORIA ESTAFAN E ANDY GARCÍA, CONVOCAM MENIFESTÇÕES EM APOIO À DAMAS DE BRANCO Imprimir
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Sábado, 27 de Marzo de 2010 10:44
Marchas de protesto das Damas de Branco marcam ‘um antes e um depois’

O ex-preso político cubano Raul Rivero defende que as marchas das ‘Damas de Branco’, realizadas na semana passada, marcam «um antes e um depois» em Cuba.

O jornalista e escritor falava à a partir de Madrid, Espanha, onde participa numa conferência internacional sobre a situação política na ilha.

As ‘Damas de Branco’ são familiares dos detidos em Março de 2003, na chamada Primavera Negra, que resultou na condenação, a pesadas penas, de 75 oposicionistas.

Para assinalar os sete anos da efeméride, as mulheres realizaram marchas na capital cubana, Havana, durante sete dias.

Raul Rivero, considerado um dos maiores poetas cubanos, destacou a «maior aproximação e unidade entre a oposição e o aumento da informação» entre os cubanos.

Salientou ainda que «os sete dias de manifestações aumentaram a crispação em Cuba porque [o país] também está no meio de uma crise económica gravíssima e de um vazio de poder, pois Fidel Castro [antigo presidente cubano] aparece como um fantasma de vez em quando a dizer umas tontices e Raúl Castro [atual presidente e irmão de Fidel] não aparece».

Realçando a idade avançada dos dirigentes cubanos [vários ministros nasceram nas décadas de 20 e 30], Rivero considerou que «Cuba precisa de uma renovação, uma modernização».

«Nem sequer falo de linha ideológica», ressalvou.

A tão desejada mudança deverá ser «pacífica, feita entre cubanos», vincou.

Rivero, que foi condenado a 20 anos de prisão num julgamento sumário, foi libertado em Novembro de 2004 depois de forte pressão internacional. Hoje vive em Madrid.

A sua mulher, Blanca Reyes, uma ex-Dama de Branco e actualmente porta-voz do grupo na Europa, advogou que as sete marchas diárias tiveram um «impacto tremendo no mundo».

«A solidariedade verificou-se de uma forma nunca vista em 51 anos», afirmou, numa alusão à marcha promovida, entre outros, pela cantora cubano-americana Gloria Estefan e pelo seu marido, o produtor musical Emilio Estefan, em Miami, nos EUA, na quinta feira, e que terá juntado 50 mil participantes.

Outro artista cubano-americano, o actor Andy García, convocou já para domingo uma outra marcha, em Los Angeles.

Blanca Reyes manifestou-se satisfeita com a onda de solidariedade, mas também preocupada com a possível reação do governo cubano.

«A reacção do regime é de medo», disse.

«E isso preocupa-me porque quando há medo há violência», vaticinou.

Reyes entende que «o regime não quer sair do poder».

«Castro não quer perder o poder. Está lá há 51 anos. Quando [os líderes] têm medo são capazes de tudo», concluiu.

Lusa / SOL

Última actualización el Sábado, 27 de Marzo de 2010 10:53