CRITICAS DE LULA A DISSDENTES CUBANOS GERAM POLÊMICA E "TIROTEIO POLÍTICO" EM ANO ELEITORAL Imprimir
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Sábado, 13 de Marzo de 2010 01:16

As críticas da última terça-feira do presidente Lula à greve de fome de dissidentes cubanos provocaram protestos. Em defesa do presidente, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que as declarações de Lula foram uma "autocrítica".

Na entrevista concedida à agência de notícias Associated Press, o presidente Lula criticou a greve de fome feita por presos políticos em Cuba e comparou a situação dos dissidentes a de presos comuns.

“Eu penso que a greve de fome não pode ser utilizada como pretexto de direitos humanos para libertar as pessoas. Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo entrassem em greve de fome e exigissem liberdade. Nós temos que respeitar a determinação da Justiça e do governo cubano de prender as pessoas em função da legislação de Cuba”, declarou.

No mês passado, Lula desembarcou na ilha pouco depois da morte de Orlando Zapatta Tamayo, preso político que estava em greve de fome havia mais de 80 dias. O presidente disse que lamentava que uma pessoa se deixasse morrer dessa forma e negou ter recebido uma carta dos dissidentes cubanos, pedindo que ele intercedesse em seu favor.

O jornalista e psicólogo Guillermo Farinas também está em greve de fome há duas semanas. Segundo informações de agências internacionais, ele está desidratado e chegou a ser hospitalizado.

Nesta quarta-feira, o deputado Raul Jungmann entregou à presidência da República o pedido de ajuda dos dissidentes cubanos. “Uma coisa é inegável: existem prisioneiros de consciência, existem prisioneiros que lutam por democracia e liberdade hoje em Cuba. Nós não podemos fechar os olhos a isso”, disse.

Na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, governistas impediram a votação de um documento para condenar o regime de Cuba por desrespeito aos direitos humanos.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, se disse chocado com as novas declarações do presidente Lula.

“A greve de fome é um símbolo de resistência a um regime autoritário. A comparação feita a uma greve de fome de presos comuns no Brasil ela não tem propósito”, disse.

O ministro das relações exteriores disse que não é papel do governo dar apoio a dissidentes em todo o mundo e defendeu o fim do embargo a Cuba como forma de promover uma evolução política na ilha.

“Eu acho que o presidente Lula que teve experiência, ele próprio ter feito greve de fome e que exerce uma autocrítica em relação a própria greve de fome que ele fez no passado, estava exprimindo uma questão em relação a greve de fome apenas”, afirmou.

Última actualización el Sábado, 13 de Marzo de 2010 10:55