COMPENSANDO O TRAUMA COM A NEGAÇÃO DA 'REFORMA MIGRATÓRIA' RAÚL CASTRO PROPÕE NOVAS MUDANÇAS DO "MODELO CUBANO" Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Miércoles, 28 de Diciembre de 2011 12:00

Raúl Castro anuncia novos passos em direção à reforma de seu "modelo" econômico, aprofundando o programa que converte os trabalhadores do aparato estatal em 'microempresários' dos serviços. O objetivo é proporcionar a redução de meio milhão de servidores públicos, com vistas a tornar a economia mais eficiente.

Na verdade, é a expansão do programa lançado, em 2010, para o setor de barbearias. Desta vez serão arrendados aos funcionários os pontos e equipamentos que utilizam para a prestação de serviços, como carpintarias, tapeçarias, serralherias, sapatarias, dentre outros.

 

 

Por aí se vê o quanto foi radical o processo de estatização da economia cubana iniciado quando o país se declarou socialista, em abril de 1961 (logo após a ilha ser invadida por exilados cubanos treinados e equipados pelos Estados Unidos) e dois anos depois do triunfo das guerrilhas contra a ditadura de Fulgêncio Batista. A indignação com os americanos e o orgulho nacional ferido, junto com o ímpeto juvenil dos revolucionários, levaram à radicalização do processo de estatização da economia. Nem as bodegas e os serviços mais simples ficaram de fora.

 

Os soviéticos tentaram evitar tal radicalismo - sem sucesso - pois anteviam o desastre. Os condicionamentos políticos e ideológicos, porém, falaram mais alto. Enquanto existiram a URSS e o Comecon, uma espécie de Mercado Comum Socialista, o modelo conseguiu manter-se de pé. Desaparecida essa retaguarda, a inviabilidade do modelo apareceu com todas as letras. A situação ficou mais complicada com o avanço da globalização.

 

A China, para poder sobreviver, adotou uma espécie de capitalismo de Estado, cada vez mais aberto à economia de mercado. Mas, se trata de um país continental, com uma população imensa e um mercado interno ainda em expansão. Cuba não tem nada disso. Terá de fazer a adequação de sua economia em condições mais difíceis - e pressionada por um vizinho poderoso.

 

Resta torcer para que o processo de reformas avance e traga modificações correlatas na ordem política, mas se respeitando a autodeterminação do povo cubano na escolha de seu próprio caminho, sem interferências externas.

 

Última actualización el Miércoles, 28 de Diciembre de 2011 12:08