O ATOR CUBANO-AMERICANO ANDY GRACÍA FILMA NO BRASIL E APARECE NO PROGRAMA DE JÔ Imprimir
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Martes, 09 de Agosto de 2011 12:41

Assim que colocou os pés no estúdio onde é gravado o Programa do Jô, na Rede Globo, em São Paulo, o ator cubano-americano Andy Garcia arrancou aplausos animados e gritos de "lindo!" até a hora em que se sentou. Simpático e bem humorado, acenou e se mostrou carinhoso com Jô Soares, que não escondia sua admiração pelo ator.

Andy Garcia gravou uma participação no 'Programa do Jô', nesta segunda (8). Foto: Léo Pinheiro/Terra

Durante a entrevista, falou sobre sua paixão pela música cubana, o início da carreira e sobre os bastidores de seus longas mais famosos, como O Poderoso Chefão. Surpreendentemente, a entrevista foi feita inteiramente em espanhol, língua mãe do ator, que nasceu em Cuba, mas aos cinco anos mudou-se para Miami.

 

Garcia veio ao Brasil para gravar as últimas cenas de Open Road, dirigido pelo ator Márcio Garcia. "Ele é meu primo", brincou o astro, que também trabalhou com Camille Belle, Christiane Torloni e Carol Castro, a quem comparou com Brigitte Bardot. "Terminamos as filmagens. Agora vem a parte de edição, montagem", comentou.

Antes de relembrar a infância do ator em Cuba, Jô passou um trecho do longa. Vestido como um morador de rua e barbudo, o personagem que aparece na tela bradando frases sem sentido, em nada se parece com o homem de paletó, que assiste atentamente às imagens. "Camilla e eu somos pessoas que vivem à margem da sociedade e aí se desenrola nossa relação", contou.

Quando perguntado se é muito crítico quando se vê na telona, Garcia garante que não. "Vejo com o olhar mais crítico quando estou fazendo. Depois, tento me enxergar como um personagem", declarou. "Eu, quando estou filmando, me sinto um Deus. Até me vejo gordo", brincou Jô Soares. "Talvez Deus seja gordo", afirmou Garcia, arrancando risos da plateia.

Paixão pela Música

"Atuar é como música para mim", disse o ator, que se mostrou um apaixonado pela música cubana. Garcia falou sobre sua relação com Israel 'Cachao' López, o pai do mambo, e sobre quem gravou um documentário, Cachao: Uno Más.

"Ele estava um pouco esquecido. Dediquei boa parte da minha vida para que ele fosse reconhecido. Cachao era como um pai para mim", revelou.

Em uma das imagens do documentário, aparece tocando um bongô. "Então quer dizer que você é o rei do bongô?", disse Jô Soares, animado. Andy Garcia apenas disse que sim e deu risada.

Improvisação

Durante a gravação do segundo bloco do programa, Andy Garcia assistiu a alguns trechos de seus principais longas. O primeiro foi Os Intocáveis, de 1987. Nas imagens, aparece deitado no chão, segurando um carrinho de bebê com os pés e matando um homem.

Logo depois, foi a vez de O Poderoso Chefão 3. "Não sou gay, mas você está muito lindo nesse filme", disse o apresentador. Nas imagens, ele aparece arrancando a orelha de um personagem com a boca. "Na primeira tomada, eu arranquei uma orelha falsa e fiquei com ela na boca, mas ficou muito sangreta, muito forte. Na segunda, o diretor queria que eu comesse um pedaço de salsicha, para sentir como se fosse a orelha", relembrou.

Na terceira e última cena passada, Garcia aparece velho em Voltar a Morrer, como um paciente que passou por uma traqueostomia. "Quando eu estava visitando as clínicas, alguns pacientes não conseguiam deixar de fumar. Foi aí que descobri que se fuma com a garganta e não com a boca", disse, em referência a cena em que aparece colocando o cigarro no buraco deixado pela traqueostomia. Andy contou que levou a ideia ao diretor e ele incluiu a sequência no longa.

Infância em Cuba

Surpreendentemente, a entrevista foi feita inteiramente em espanhol, língua mãe do ator, que nasceu em Cuba, mas aos cinco anos mudou-se para Miami. Jô afirmou que preparou a entrevista em inglês, mas logo começou a falar espanhol. "O que esse cara está falando?", brincou, antes de começar a entrevista.

"Meu pai era advogado, mas tinha um espécie de mercearia, que vendia legumes, verduras. Mas era advogado de formação", relembrou. "Não havia possibilidades dele exercer a profissão, para que se seja advogado é preciso que exista lei e democracia. Não temos isso em Cuba", disse.

Depois que deixou Cuba, foi morar em Miami e, quando começou sua carreira, só teve oportunidades no teatro.

A entrevista de Andy Garcia ao Programa do Jô vai ao ar nesta segunda-feira (8).

Última actualización el Martes, 09 de Agosto de 2011 13:00