DISSIDENTES PEDEM QUE LULA AJUDE A SALVAR FARIÑAS E LIBERTAR PRESOS POLÍTICOS EM CUBA Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Martes, 09 de Marzo de 2010 21:49

Segundo ativistas, medida evitaria morte de jornalista em greve de fome contra prisões políticas na ilha.

Um grupo de dissidentes cubanos pediu nesta terça-feira, 9, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que interceda pela libertação de 20 presos políticos na ilha de Fidel e Raúl Castro. Desta maneira, dizem os opositores, a morte do jornalista anticastrista Guillermo Fariñas, que faz greve de fome pela soltura dos ativistas, seria evitada.

 

HAVANA - "Cremos que o senhor possa interceder junto ao governo de Cuba para pôr fim a uma situação que, além de tudo, atrapalha os esforços para estruturar uma autêntica comunidade de Estados latino-americanos e caribenhos centrada nos direitos de seus cidadãos", dizem os dissidentes em carta aberta a Lula.


"A influência regional do Brasil, sua confiança no potencial transformador da sociedade democrática e seu conceito de paciência estratégica podem ajudar para que Cuba comece a compartilhar níveis mundiais de direitos humanos", finaliza o texto, assinado pelo recém-criado Comitê Para Libertação dos Prisioneiros Políticos Cubanos Orlando Zapata.

Fariñas, de 48 anos, começou o jejum voluntário no último dia 24 em sua casa exigindo a libertação de 24 prisioneiros com estado de saúde grave. O protesto começou um dia depois da morte do dissidente Orlando Zapata, vítima de uma greve de fome de 85 dias, que coincidiu com a visita de Lula à ilha.  Na segunda-feira, o diário oficial Granma disse que a ação de Fariñas é uma chantagem inaceitável.

 

Dissidentes cubanos voltam a endereçar carta a Lula para pedir intercessão

Da France Presse

Em carta dirigida a Lula e entregue à imprensa, um grupo de dissidentes moderados pediu nesta terça-feira ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva que interceda para que Cuba libere 20 presos políticos, evitando, assim, a morte do jornalista opositor Guillermo Fariñas, em greve de fome.


"Cremos que o senhor pode interceder junto ao governo de Cuba para pôr fim a uma situação que, além disso, obscurece os esforços destinados a articular uma autêntica comunidade de Estados latino-americanos e caribenhos centrada nos direitos de seus cidadãos", expressaram.


"A influência regional do Brasil, sua confiança no potencial transformador da sociedade democrática e seu conceito de estratégia podem ajudar Cuba a compartilhar padrões mundiais em matéria de direitos humanos", assinalam.


Fariñas, jornalista e psicólogo, de 48 anos, iniciou uma greve de fome em Santa Clara, 280 quilômetros a leste de Havana, no dia 24 de fevereiro passado, para exigir a libertação de 26 presos políticos com estado de saúde considerado delicado.


O protesto começou um dia depois da morte do preso Orlando Zapata, depois de uma greve semelhante de dois meses e meio, e que coincidiu com a visita de Lula a Cuba, quando "lamentou profundamente" o falecimento.


Os dissidentes, do recém-constituído Comité Pró-Liberdade dos Prisioneiros Políticos Cubanos Orlando Zapata Tamayo, disseram no texto que a reação oficial cubana "faz temer o pior cenário depois de infrutíferas tentativas de dissuasão por parte de ativistas cubanos e diplomatas da União Europeia".


Esta é a segunda carta que os dissidentes cubanos dirigem a Lula.


No dia 26 de fevereiro, em San Salvador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo cubano não podia ser julgado pela morte do preso político Orlando Zapata.


"Não podemos julgar um país ou a atividade de um governante em função da atitude de um cidadão que decide fazer uma greve de fome", disse Lula à imprensa, na ocasião, depois de lamentar a morte de Zapata.


O jornal oficial Granma considerou segunda-feira a ação de Fariñas como "chantagem" inaceitável, e o responsabilizou, junto com seus "manipuladores", pelas consequências da greve e fome.


cb/rd/sd

Última actualización el Viernes, 12 de Marzo de 2010 01:59