EM CUBA A DITADURA DETEVE A MAIS DE 5 MIL PESSOAS EM 9 MESES POR MOTIVOS POLÍTICOS Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Miércoles, 03 de Octubre de 2012 12:18

O governo (ditadura) cubano realizou só este ano mais de 5 mil prisões por motivações políticas, número que supera em mil a soma dos doze meses de 2011, segundo o relatório divulgado pela Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional.

Em entrevista ao O GLOBO, por telefone, Elizardo Sánchez, porta-voz da organização, lembrou que a visita do Papa Bento XVI e as manifestações que ocorreram na época foram uma das causas para o salto do número, mas reforçou que a principal razão para o aumento da repressão mês a mês é um maior descontentamento da população cubana.

 

- Em Cuba, as pessoas não se manifestam como o que acontece no Chile ou no Brasil. Lá são sociedades abertas. Aqui, se elas forem às ruas, vão ser presas. A insatisfação está aumentando e os grupos de oposição também. Há algum tempo, as manifestações eram de poucas pessoas nas ruas. Agora são milhares - afirma Sánchez.

Nos últimos dois anos, a escalada da crise econômica da Europa - principalmente na Espanha - diminuiu o número de investimentos externos em Cuba. Como consequência, o crescimento do PIB do país desacelerou e registrou expansão de 2,7% em 2011 e de 2,4% em 2010, atingindo a economia interna. Sanchéz considera o efeito da crise na população, mas reforça que o descontentamento popular está mais relacionado ao enfraquecimento do regime comunista e à revolta da população com a repressão.

- Acredito que esse descontentamento esteja acontecendo mais pela crise do sistema totalitário que existe em Cuba. As pessoas não estão aceitando mais a repressão. E Cuba é um país pobre, que depende quase da solidariedade internacional para sobreviver - salienta.

O relatório vai até setembro, mês em que 533 pessoas foram presas. No total, são 5.105 pessoas que passaram pelas cadeias. Mesmo retirando o pico de março, quando 1.158 pessoas foram detidas, o total anual quase se equipara aos 4.123 de todo o ano passado. De acordo com o porta-voz, a maior parte dos detidos em Cuba sequer são acusados formalmente.

Alguns são mantidos em custódia da polícia por apenas algumas horas ou dias. Os que permanecem atrás das grades são geralmente indiciados por desacato, desobediência, desordem ou atentado - quando algum manifestante responde à ação da polícia. Se o detido não for libertado em alguns dias, ele pode entrar na lista dos presos políticos e não terá garantias de quando poderá sair. Sánchez informa que, atualmente, há 70 presos políticos em prisões de segurança máxima em Cuba. Mas há a possibilidade de o número subir, pois seis pessoas presas em novembro continuam encarceradas.

O ativista acrescentou que, em prognóstico feito pela organização, até o final de 2012 o número de prisões deve alcançar 6 mil. O porta-voz aproveitou também para fazer um apelo para que países na América Latina, incluindo o Brasil, condenem o regime cubano e peçam que o governo respeite as normas internacionais de defesa aos direitos humanos.

- Os países da América Latina não fazem nada sobre o que está acontecendo em Cuba. Não estou falando sobre uma intervenção na política interna. Isso não. Estou falando sobre um pedido a Cuba para que o governo respeite as leis nacionais e os padrões internacionais de direitos humanos - sugeriu. - Esperamos que a democracia brasileira não vote a favor do governo cubano no Conselho de Direito Humanos da ONU, em Genebra, e que aproveite sua participação no órgão para pedir o respeito a esses direitos no mundo todo, não só em Cuba.

Tomado de Agencia O Globo

Última actualización el Miércoles, 03 de Octubre de 2012 12:23