BRASIL: EL 'OPERADOR' DEL "MENSALÓN" ACUSÓ DIRECTAMENTE A LULA DE SER "EL JEFE PRINCIPAL" Imprimir
Escrito por Tomado de INFOBAE   
Domingo, 16 de Septiembre de 2012 11:45

El principal acusado en el juicio del siglo dijo que el ex presidente de Brasil, Ignacio Lula da Silva, "era el jefe" de la red de corrupción. El Supremo Tribunal desestimó, tiempo atrás, juzgar al líder del PT

Crédito foto: Reuters

El publicista Marcos Valerio -señalado como principal 'operador' en la trama del "mensalao"- aseguró que Lula da Silva "comandaba todo" y que él no fue más que un "mensajero de lujo" en una estructura de la que el ex mandatario "era el jefe", según declaraciones citadas por la revista Veja.

Los jueces del Supremo Tribunal Federal (STF) votaron esta semana la condena de ocho personas, entre ellas Valerio y directivos del Banco Rural. A todos se los responsabiliza de lavar dinero a partir de fraudes en la contabilidad del Partido de los Trabajadores (PT) y préstamos simulados por millones de reales.

El 15 de agosto, el STF negó un pedido para incluir a Lula en el histórico juicio por corrupción durante su gestión (2003-2010). Los magistrados argumentaron que la fiscalía ya había decidido excluirlo de la causa.

Valerio -condenado por lavado de dinero y acusado por otros cargos- indicó que en varias oportunidades se reunió con el ex jefe de Estado. "Todo lo que hacía era del conocimiento de Lula", lanzó.

El juicio, que tiene a 38 acusados, involucra a ex altos dirigentes del PT, especialmente a José Dirceu, otrora todopoderoso jefe de gabinete de Lula. El ex mandatario negó siempre conocer la existencia del plan, se declaró traicionado por sus compañeros de partido y ofreció disculpas por los hechos.

En la nota de la popular revista, el publicista asegura que el PT le garantizó una "sentencia blanda" a cambio de su silencio e indicó que el dinero manejado por la contabilidad paralela del partido triplica los montos que baraja la Fiscalía. "La caja del PT fue de 350 millones de reales" y no de 55 millones, como estiman las autoridades, indicó.

En las primeras tres etapas del juicio, que ya lleva seis semanas, ya fueron hallados culpables varios de los acusados, aunque las penas se conocerán al final del proceso.

En la primera fase, se condenó al ex presidente de la Cámara de Diputados Joao Paulo Cunha por corrupción pasiva, peculado y lavado de dinero. Se hizo lo propio con Valerio y dos de sus socios, y el ex director del Banco do Brasil Henrique Pizzolatto.

En la segunda etapa, tres ex dirigentes del Banco Rural -Kátia Rabello, José Roberto Salgado y Vinícius Samarane- fueron condenados por gestión ilícita de recursos financieros.

El pasado jueves, el STF culpó por lavado de dinero a Valerio, su ex abogado, dos de sus socios y una de sus funcionarias. Además, los mencionados directivos del Banco Rural recibieron una condena por intentar ocultar el origen ilícito del dinero supuestamente pagado en sobornos.

Fuente: AFP

Material en portugués de la Revista brasileña "Veja"

Mensalão

Marcos Valério envolve Lula no mensalão

Diante da perspectiva de terminar seus dias na cadeia, o publicitário começa a revelar os segredos que guardava - entre eles, o fato de que o ex-presidente sabia do esquema de corrupção armado no coração do seu governo

Rodrigo Rangel
NO INFERNO - O empresário Marcos Valério, na porta da escola do filho, em Belo Horizonte, na última quarta-feira: revelações sobre o escândalo

NO INFERNO - O empresário Marcos Valério, na porta da escola do filho, em Belo Horizonte, na última quarta-feira: revelações sobre o escândalo (Cristiano Mariz)

Dos 37 réus do mensalão, o empresário Marcos Valério é o único que não tem um átimo de dúvida sobre o seu futuro. Na semana passada, o publicitário foi condenado por lavagem de dinheiro, crime que acarreta pena mínima de três anos de prisão. Computadas punições pelos crimes de corrupção ativa e peculato, já decididas, mais evasão de divisas e formação de quadrilha, ainda por julgar a sentença de Marcos Valério pode passar de 100 anos de reclusão. Com todas as atenuantes da lei penal brasileira, não é totalmente improvável que ele termine seus dias na cadeia.

Apontado como responsável pela engenharia financeira que possibilitou ao PT montar o maior esquema de corrupção da história, Valério enfrenta um dilema. Nos últimos dias, ele confidenciou a pessoas próximas detalhes do pacto que havia firmado com o partido. Para proteger os figurões, conta que assumiu a responsabilidade por crimes que não praticou sozinho e manteve em segredo histórias comprometedoras que testemunhou quando era o "predileto" do poder. Em troca do silêncio, recebeu garantias. Primeiro, de impunidade. Depois, quando o esquema teve suas entranhas expostas pela Procuradoria-Geral da República, de penas mais brandas. Valério guarda segredos tão estarrecedores sobre o mensalão que ele não consegue mais guardar só para si - mesmo que agora, desiludido com a falsa promessa de ajuda dos poderosos a quem ajudou, tenha um crescente temor de que eles possam se vingar dele de forma ainda mais cruel.

Feita com base em revelações de parentes, amigos e associados, a reportagem de capa de VEJA desta semana reabre de forma incontornável a questão da participação do ex-presidente Lula no mensalão. "Lula era o chefe", vem repetindo Valério com mais frequência e amargura agora que já foi condenado pelo STF. A reportagem tem cinco capítulos - e o primeiro deles pode ser lido abaixo:


"O caixa do PT foi de 350 milhões de reais"

Leandro Martins/Futura Pres

O CHEFE:  Segredo guardados por Valério põem o ex-presidente Lula no centro do esquema do mensalão

O CHEFE: Segredo guardados por Valério põem o ex-presidente Lula no centro do esquema do mensalão

A acusação do Ministério Público Federal sustenta que o mensalão foi abastecido com 55 milhões de reais tomados por empréstimo por Marcos Valério junto aos bancos Rural e BMG, que se somaram a 74 milhões desviados da Visanet, fundo abastecido com dinheiro público e controlado pelo Banco do Brasil. Segundo Marcos Valério, esse valor é subestimado. Ele conta que o caixa real do mensalão era o triplo do descoberto pela polícia e denunciado pelo MP. Valério diz que pelas arcas do esquema passaram pelo menos 350 milhões de reais. "Da SMP&B vão achar só os 55 milhões, mas o caixa era muito maior. O caixa do PT foi de 350 milhões de reais, com dinheiro de outras empresas que nada tinham a ver com a SMP&B nem com a DNA", afirma o empresário. Esse caixa paralelo, conta ele, era abastecido com dinheiro oriundo de operações tão heterodoxas quanto os empréstimos fictícios tomados por suas empresas para pagar políticos aliados do PT. Havia doações diretas diante da perspectiva de obter facilidades no governo. "Muitas empresas davam via empréstimos, outras não." O fiador dessas operações, garante Valério, era o próprio presidente da República.

Lula teria se empenhado pessoalmente na coleta de dinheiro para a engrenagem clandestina, cujos contribuintes tinham algum interesse no governo federal. Tudo corria por fora, sem registros formais, sem deixar nenhum rastro. Muitos empresários, relata Marcos Valério, se reuniam com o presidente, combinavam a contribuição e em seguida despejavam dinheiro no cofre secreto petista. O controle dessa contabilidade cabia ao então tesoureiro do partido, Delúbio Soares, que é réu no processo do mensalão e começa a ser julgado nos próximos dias pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa. O papel de Delúbio era, além de ajudar na administração da captação, definir o nome dos políticos que deveriam receber os pagamentos determinados pela cúpula do PT, com o aval do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, acusado no processo como o chefe da quadrilha do mensalão: "Dirceu era o braço direito do Lula, um braço que comandava". Valério diz que, graças a sua proximidade com a cúpula petista no auge do esquema, em 2003 e 2004, teve acesso à contabilidade real. Ele conta que a entrada e a saída de recursos foram registradas minuciosamente em um livro guardado a sete chaves por Delúbio. Pelo seu relato, o restante do dinheiro desse fundão teve destino semelhante ao dos 55 milhões de reais obtidos por meio dos empréstimos fraudulentos tomados pela DNA e pela SMP&B. Foram usados para remunerar correligionários e aliados. Os valores calculados por Valério delineiam um caixa clandestino sem paralelo na política. Ele fala em valores dez vezes maiores que a arrecadação declarada da campanha de Lula nas eleições presidenciais de 2002.

Tomado da Revista Veja, versão digital em
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/marcos-valerio-envolve-lula-no-mensalao

Última actualización el Viernes, 21 de Septiembre de 2012 09:01